Corretora Coinbase passa a listar MKR, token da Maker
A corretora de criptoativos Coinbase listou Maker (MKR) na Coinbase.com. Os aplicativos para iOS e Android da Coinbase também fornecem suporte ao token.
Agora, clientes da corretora podem comprar, vender, converter, enviar, receber ou armazenar MKR. O token estará disponível em todas as regiões em que a Coinbase atende, menos no estado de Nova York por conta de regulamentações.
Maker foi fundada em 2014 por Rune Christensen na Dinamarca. A ideia de Christensen era eliminar a volatilidade por meio de um sistema de contratos autônomos criados em resposta à dinâmica de mercado.
Ele focou nessa missão e a estrutura organizacional da Maker Decentralized Autonomous Organization (DAO, ou “empresa autônoma descentralizada”) e as bases econômicas da moeda digital estável DAI.
Maker é uma DAO criada no blockchain Ethereum. O Maker Protocol permite que usuários gerem uma stablecoin descentralizada chamada Dai (DAI), criada para manter um valor de mercado de US$ 1. O protocolo também possui um token nativo chamado Maker (MKR).
Por meio de um sistema de governança que envolve Votação Executiva e Votação de Governança, detentores do MKR gerenciam o Maker Protocol.
A ponderação de voto do MKR é proporcional à quantidade de MKRs detidos por um votante no contrato de votação. Quanto mais tokens MKR forem bloqueados no contrato, maior será o poder de tomada de decisão do votante.
MakerDAO arrecadou mais de US$ 27 milhões em inúmeras vendas privadas de token. Investidores incluem Andreessen-Horowitz (a16z), Walden Bridge Capital, 1confirmation, Polychain e Fenbushi Capital.
A aquisição de tokens MKR foi um dos primeiros investimentos realizados pelo fundo cripto do a16z.
Katie Haun, uma das sócias gerais do a16z crypto disse: “como pioneira e inovadora no setor de stablecoins, MakerDAO representa uma oportunidade muito atraente no setor cripto. A tecnologia, o ecossistema e o talento da MakerDAO aplicaram a teoria na prática para apresentar uma stablecoin que acreditamos que ajudará a impulsionar o futuro da economia cripto”.
Kaie Haun é uma antiga delegada federal que liderou as primeiras forças-tarefa sobre criptoativos e também comandou a investigação sobre os hacks à Mt Gox e a força-tarefa federal que investigou Silk Road.
Recentemente, a Coinbase lisou o token MKR em sua plataforma de corretora. Anteriormente, Coinbase Pro acrescentou suporte para MKR a um número limitado de jurisdições em abril de 2019 mas, devido à liquidez limitada, não foi possível negociar o token na plataforma.
No entanto, a Coinbase está enfrentando inúmeros problemas. Recentemente, alegou-se que a Coinbase iria começar a vender softwares de análise de blockchain à Receita Federal dos EUA (IRS) e à Administração de Fiscalização de Drogas (DEA).
O software é chamado de Coinbase Analytics e é fruto da aquisição da Neutrino, de fevereiro de 2019. Essa aquisição pôs a Coinbase em competição com inúmeras empresas de análise cripto, incluindo Chainalysis, Elliptic e CipherTrace.
Uma pesquisa realizada com cinco mil pessoas no Twitter pelo investidor de bitcoin e cripto Josh Rager, mostrou que mais de 65% das pessoas que usam a Coinbase desejam sair da corretora por conta das notícias de que a Coinbase irá vender esse novo produto a agências governamentais.
Would you actually delete or stop using your Coinbase account?
— Josh Rager ? (@Josh_Rager) June 5, 2020
A corretora com sede em São Francisco defendeu sua posição e explicou que a ferramenta de análise de blockchain “não inclui qualquer informação pessoalmente identificável para ninguém, independente de usarem ou não a Coinbase”.
Além disso, um porta-voz disse que “essa ferramenta só os fornece acesso simplificado para dados disponíveis publicamente e eles, de forma alguma, têm acesso aos dados internos ou de clientes da Coinbase”.
Além dessas questões de privacidade, outro grande problema que fez usuários terem dúvidas sobre a Coinbase foram as interrupções recentes na plataforma, que os estão impedindo de negociar.
Segundo uma publicação, a Coinbase explicou que uma interrupção que aconteceu no dia 1º de junho é resultado de um aumento de cinco vezes no tráfego da corretora que fez com que os servidores “não conseguissem manter o ritmo desse grande aumento no tráfego”.
A corretora declarou que está trabalhando em inúmeras melhorias, afirmando que “desde então, consertamos o parâmetros de saúde para certificar que instâncias saturadas não saiam de rotação. Estamos trabalhando para reduzir o impacto dos aumentos de tráfego relacionados a preço por meio de pré-escalabilidade e cache”.
Dados da Glassnode, empresa de análise de blockchain, mostram que usuários da Coinbase sacaram mais 22 mil bitcoins (equivalentes a US$ 214 milhões) do que haviam depositado no dia 7 de junho, quase dois dias após a notícia sobre a Coinbase Analytics e uma semana após a interrupção mais recente da corretora.