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Corretora Coinbase é criticada por testar aplicativo de reconhecimento facial

05 mar 2020, 9:48 - atualizado em 05 mar 2020, 9:48
Clearview se apresenta como uma ferramenta de pesquisa usada por agências governamentais para identificar criminosos e vítimas usando inteligência artificial. É um projeto bem polêmico na comunidade cripto porque evidencia o possível uso da tecnologia por regimes autoritários (Imagem: Crypto Times)

O “mico” mais recente da corretora Coinbase foi o início de testes da tecnologia controversa de reconhecimento facial, criada pela Clearview, o que gerou muita polêmica nas redes sociais.

Quem informou essa notícia foi o BuzzFeed, pois descobriu que a Coinbase é uma dentre 46 empresas financeiras, incluindo Fargo e o Bank of America, a coletarem base de dados da Clearview a partir de bilhões de fotos reunidas do Facebook, do Instagram e de outros sites.

A tecnologia da Clearview levantou suspeitas de inúmeras e grandes empresas de tecnologia, incluindo a Apple, que suspendeu a empresa por violar suas políticas de desenvolvimento. Google, Facebook e Twitter enviaram cartas de término de contrato à Clearview.

O aplicativo também foi criticado por políticos, em que senadores estadunidenses examinaram a venda dos serviços da empresa para regimes autoritários.

Não se sabe exatamente o que a Coinbase estava testando com a Clearview, mas um porta-voz da Coinbase contou ao BuzzFeed que a empresa estava testando Clearview por conta de suas “necessidades sem igual sobre segurança e conformidade com a lei”.

“Nossas equipes de segurança e de cumprimento à lei testaram Clearview AI para ver se o serviço poderia impulsionar significativamente nossas iniciativas de proteção a funcionários e a escritórios contra ameaças físicas e para investigação de fraudes”, afirmou o porta-voz.

“Atualmente, não assumimos nenhum compromisso de usar Clearview AI.”

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#deletecoinbase

O rápido “flerte” entre Coinbase e Clearview gerou ampla revolta nas redes sociais.

Minutos após a revelação, a hashtag #DeleteCoinbase surgiu no Twitter.

A primeira vez que essa hashtag surgiu foi em meados de março de 2019, após a corretora ter anunciado a aquisição de Neutrino, uma startup de inteligência em blockchain afiliada à Hacking Team, a controversa fornecedora italiana de softwares de spyware (de roubo de informações).

Além das preocupações de que a tecnologia de reconhecimento facial é antiética para sistemas descentralizados, críticos aproveitaram a oportunidade para relembrar outras decisões ruins que a corretora tomou nos últimos anos.

Andreas Antonopoulos, defensor do bitcoin, chamou esse teste com a Clearview de “repugnante”:

Alex Gladstein, diretor de estratégia da Fundação de Direitos Humanos (HRF) de Nova York, criticou a Coinbase por “encorajar novos clientes a considerar a variedade de tokens, incluindo vários projetos ‘zumbis’ ou de fraude, e equipará-los ao Bitcoin”.

Enquanto isso, continua a ascensão do Cash App da Square, aplicativo adversário da Coinbase e comandado por Jack Dorsey, defensor de Bitcoin e CEO do Twitter.

O aplicativo afirma ter adquirido mais nove milhões de usuários em 2019, totalizando cerca de 24 milhões de clientes ativos mensais no fim do ano.

Esse número está quase batendo o da Coinbase, que contabilizava 30 milhões de usuários em julho de 2019, de acordo com dados coletados por Alistair Milne.