Corretora BitMEX deseja lançar serviços de negociação à vista, custódia e educação
Antes uma das principais plataformas do Ocidente para a negociação de derivativos de bitcoin (BTC), a BitMEX anunciou, ontem (21), suas intenções de lançar uma ampla gama de negócios em uma missão de cumprir com regulamentações.
Em uma publicação, a plataforma de negociação de futuros das Ilhas Seychelles afirmou que irá expandir, para além de sua conhecida oferta de derivativos, serviços de negociação à vista, corretagem, custódia e informação para sua oferta de produtos.
O anúncio vem após a corretora ter apresentado um programa de verificação de usuários para identificar todos os seus clientes (KYC) da plataforma.
A corretora passou por uma mudança executiva em 2020 após diversos de seus diretores — incluindo o ex-CEO Arthur Hayes — terem sido acusados de violar a Lei de Sigilo Bancário.
Sob a liderança do novo CEO Alexander Höptner, um veterano do mundo acionário europeu, a empresa acelerou a verificação de usuários e agora está migrando para esses novos setores.
Em entrevista ao The Block, Höptner se negou a fornecer um prazo específico para cada nova oferta, mas disse que o objetivo geral é se tornar “a maior corretora regulada de derivativos cripto”.
Uma publicação sugeria que novos negócios poderiam ser lançados “nos próximos meses e anos”. Höptner disse que a empresa também irá expandir seu negócio de derivativos e lançar novos produtos, incluindo contratos de opções.
De certa forma, a empresa está seguindo o exemplo das corretoras americanas de cripto. A Coinbase, por exemplo, fornece produtos de custódia, corretagem e negociação à vista. Gemini fornece serviços de liquidação, custódia e de corretagem ao varejo.
Em relação à BitMEX, o plano da empresa pode ajudá-la a renovar seu negócio antes dominante. Desde o último ciclo de alta, a participação de mercado da BitMEX encolheu, apesar de ser a pioneira do popular swap perpétuo e alta alavancagem de produtos.
Ainda assim, os volumes da empresa cresceram de forma estável nos dois últimos trimestres, segundo dados coletados pelo The Block.
Höptner afirmou que a empresa pode continuar a impulsionar seu negócio ao atuar tanto como um centro de informações para reguladores e clientes parecidos por meio de um novo serviço acadêmico.
O projeto — que ainda não possui uma previsão de lançamento — irá fornecer conteúdos educacionais sobre a negociação de cripto e de e derivativos.
“Precisamos levar mais transparência a reguladores”, disse Höptner. “A forma como corretoras cripto trabalham com seus sistemas de margem é diferente do mundo tradicional. O risco não é comparável. Afinal, cabe a nós, e é por isso que queremos ter uma academia; para explicar.”
Ainda assim, não informou qual agência será a principal reguladora da empresa.
“Neste momento, eu não posso falar mais sobre isso”, disse ele.
Höptner não espera que a empresa expanda o número de funcionários no próximo ano e afirmou que não desconsidera medidas de arrecadação de capital.
“Estamos muito interessados em monitorar o lado de IPOs [ofertas iniciais de moedas], SPACs [empresas de aquisição de finalidade específica] e tokenização”, disse ele. “Você precisa avaliar tudo.”