Correios rescinde contrato atípico e Rio Bravo diz que vai à justiça; multa pelo rompimento pode ser de mais de R$ 300 milhões

Os Correios decidiram rescindir antecipadamente, de forma unilateral, o contrato atípico de locação do Centro Logístico de Contagem, em Minas Gerais, administrado pelo fundo imobiliário Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11).
Segundo a estatal, a decisão decorreu dos diversos problemas apresentados pelo imóvel desde a sua entrega aos Correios, com o agravamento das faltas de solidez e de segurança da edificação, em 2024.
“A estatal foi forçada a suspender as operações no prédio em 14 de outubro de 2024, em função dos riscos apresentados, posteriormente ratificados pela Defesa Civil, momento em que foi interrompido o pagamento de aluguel. A decisão da estatal preza, principalmente, pela segurança das trabalhadoras e dos trabalhadores e de suas operações, como também pelo interesse público”, disseram em nota.
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A gestão do fundo, porém, diz que os laudos técnicos atestam a plena condição de operação do imóvel e informa que a rescisão pode resultar em uma disputa judicial, com a Rio Bravo cobrando uma multa superior a R$ 300 milhões pelo rompimento do contrato, que venceria apenas em 2034.
“O galpão está totalmente apto a receber a operação da empresa, que alimenta todas as regiões do interior do estado de Minas Gerais. Apesar das inúmeras tentativas de composição com os Correios, não é compreensível a opção por essa rescisão contratual, principalmente por se tratar de um órgão público e com operação de alto impacto com clientes e fornecedores”, disse Felipe Ribeiro, gestor de fundos imobiliários da Rio Bravo Investimentos.
Vale destacar que o galpão em questão representa 46,5% da receita do fundo.
O Centro Logístico Contagem estava interditado desde 24 de outubro de 2024, quando a Defesa Civil realizou uma visita a pedido dos Correios, e sua liberação ocorreu no dia 5 de dezembro.