Queda global abre espaço para novas compras de ações?
A forte queda de 4,6% do índice Dow Jones nesta segunda-feira (5) puxou a desvalorização de 2,6% do Ibovespa e já parece ter acendido o alerta que os investidores à espera de uma correção aguardavam. Com a baixa, a bolsa americana zerou os ganhos do ano e a brasileira ainda mantém uma valorização de 7,15%.
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“Os agentes enxergaram o mau humor no exterior em função dos sinais de fortalecimento da economia norte-americana, que aumenta as chances de aceleração no ritmo de elevações da taxa de juros dos Fed Funds. Ademais, o mercado monitora a morosa resolução do teto da dívida dos EUA, que tem como data limite a próxima quinta-feira”, ressaltam os analistas do BB Investimentos Hamitlon Moreira Alves e Ricardo Vieites.
“Por aqui, além do ambiente externo desfavorável, as incertezas quanto ao avanço da Reforma da Previdência deixam os investidores com postura mais defensiva”, explica o Bradesco em uma análise publicada equipe de estratégia. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou hoje que a proposta precisa ser apreciada em fevereiro e que o adiamento do prazo pode acabar com a expectativa de aprovação do texto ainda neste ano.
O analista Victor Benndorf, da Benndorf Research, já vinha alertando para a necessidade de “tirar o pé do acelerador” no mercado local com volumes mais leves para novas compras, stops parciais em empresas muito esticadas e muita seletividade para novas operações.
“No outro lado da moeda, a correção atual melhor a razão “risco x retorno” para novas compras e quando esse movimento chegar ao fim teremos uma nova oportunidade de entrada…estamos monitorando!”, explica.
Segundo ele, contudo, caso o índice pare nos 82 mil pontos e der sinais de força haverá uma janela para trading. “Compra mais pesada mesmo (formação de careira) para mim só na casa dos 76 mil pontos”, pontua. O Ibovespa está na casa dos 86.600 pontos.