Corram para as petroleiras juniores? Setor sobe, enquanto investidores fogem da Petrobras (PETR4)
A Petrobras (PETR3;PETR4) é destaque no dia — e não é no bom sentido. As ações da empresa caem entre 10% e 12%, com notícia de que a empresa não pagaria dividendos extraordinários.
Mas, enquanto a estatal perde investidores, o setor de óleo e gás avança, com as petroleiras juniores liderando as altas no Ibovespa (IBOV) — mesmo com a bolsa brasileira no negativo.
Por volta de 12h30, a 3R Petroleum (RRRP3) sobe 5,90%, seguida pela Prio (PRIO3), com alta de 3,90%, e PetroReconcavo (RECV3), subindo 3,38%.
Apesar da coincidência, Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, destaca que essa alta nas petroleiras menores não está, necessariamente, relacionada com o derretimento da Petrobras.
“Esse fluxo que a gente está vendo nas juniores representa uma pouco esse medo de querer ganhar com petróleo, mas não dá mais com Petrobras, então vou pegar nas juniores. Mas temos que entender que o que move as ações não é, exatamente, a mesma coisa”, afirma.
Segundo ele, o movimento que mais se assemelha uma troca de ações é a da Prio, que é uma empresa maior e mais madura. Confira as falas do analista no Giro do Mercado:
Confira o balanço da Petrobras
No quarto trimestre de 2023, a estatal encerrou com lucro líquido de R$ 31 bilhões, queda de 28% em relação ao mesmo período de 2022.
No ano, marcado pelo primeiro do governo de Lula, o lucro caiu 33%, para R$ 136 bilhões.
Segundo a empresa, esse resultado é explicado principalmente pelo aumento das margens de derivados e dos volumes de óleo. Por outro lado, as despesas operacionais aumentaram, principalmente devido a maiores gastos com impairment e abandono de áreas.
Além de os números ficarem abaixo do esperado pelo mercado, a empresa propôs o pagamento de mais R$ 14,2 bilhões em dividendos. No entanto, deixou outros R$ 43,9 bi na reserva. Esse valor poderá ser utilizado para pagamento de dividendos, juros sobre capital próprio, recompras de ações, absorção de prejuízos e incorporação ao capital social.
Conselho rachado?
Segundo informações da Reuters, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi voto vencido em decisão do conselho de administração da estatal na véspera sobre não autorizar uma proposta da diretoria executiva de pagamento de dividendos extraordinários.
A diretoria comandada por Prates tinha proposta de distribuir 50% dos dividendos extraordinários possíveis pelo estatuto, mas conselheiros ligados à União barraram a ideia.