Saúde

Coronavírus terá impacto “substancial” no comércio, diz OMC

02 mar 2020, 13:00 - atualizado em 02 mar 2020, 13:01
Roberto Azevêdo
Diretor da Organização Mundial de Comércio, Roberto Azevêdo, participa de entrevista à imprensa em Genebra (Imagem: REUTERS/Denis Balibouse)

O diretor da Organização Mundial do Comércio disse nesta segunda-feira projetar que a epidemia de coronavírus terá um impacto “substancial” na economia global, mas que os planos para uma reunião ministerial em junho estão indo adiante, afirmou uma autoridade comercial de Genebra.

“Os efeitos sobre a economia global provavelmente também serão substanciais e começarão a aparecer nos dados comerciais nas próximas semanas”, disse Roberto Azevêdo aos chefes das delegações em uma reunião a portas fechadas em Genebra nesta segunda-feira.

“Para o MC-12, estamos procedendo conforme o planejado. Se a situação exigir, tomaremos as medidas necessárias”, acrescentou, referindo-se à reunião ministerial de junho no Cazaquistão.

A expectativa é que a reunião, em que Estados membros farão negociações sobre agricultura, comércio eletrônico e subsídios à pesca, entre outros tópicos, reúna milhares de participantes.

Um resultado bem-sucedido é considerado crítico para a legitimidade e relevância do organismo global após o colapso do sistema de apelações de disputas da OMC devido ao bloqueio de compromissos pelos Estados Unidos.

No entanto, na mesma reunião desta segunda-feira, o presidente das negociações de subsídios à pesca, Santiago Wills, disse que o progresso recente foi “insuficiente” e pediu aos membros que sejam “flexíveis e pragmáticos”.

Outros Estados membros também manifestaram preocupação com o lento progresso das negociações, que visam acabar com os subsídios prejudiciais à indústria pesqueira que estão esgotando os estoques globais de peixes. Azevedo recentemente expressou esperança de que um acordo fosse possível.

“Cabe a todos nós reconhecer que as negociações estão com sérios problemas”, disse o embaixador dos EUA na OMC, Dennis Shea, aos delegados do comércio nesta segunda-feira, acrescentando que alguns membros estavam “defendendo ferozmente” direitos de conceder subsídios agora ou no futuro, sem nomear os países.

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