Perspectivas 2020

Chefe do FMI diz que coronavírus acaba com esperanças de crescimento mais rápido em 2020

04 mar 2020, 12:25 - atualizado em 04 mar 2020, 14:31
Em janeiro, o FMI havia estimado o crescimento global de 2019 em 2,9% e de 2020 em 3,3% (Imagem: Reuters/Yuri Gripas)

A disseminação mais rápida do coronavírus acabará com qualquer esperança de crescimento mais forte em 2020, disse Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, nesta quarta-feira, acrescentando que um terço dos 189 países membros do Fundo foram afetados.

Georgieva disse em entrevista coletiva depois de falar ao comitê de direção do FMI que o Fundo agora espera que o crescimento global de 2020 fique abaixo da taxa de 2,9% registrada em 2019, e que as previsões revisadas serão divulgadas nas próximas semanas.

A visão alterada representaria uma queda de mais de 0,4 ponto percentual ante a taxa de crescimento de 3,3% para 2020 prevista pelo FMI em janeiro, com base na redução das tensões comerciais EUA-China.

“O crescimento deste ano ficará abaixo do nível do ano passado”, disse Georgieva. Ela se recusou a dizer se a crescente crise da saúde poderia levar o mundo a uma recessão.

Georgieva e o presidente do Banco Mundial, David Malpass, enfatizaram a importância de uma ação coordenada para limitar o impacto econômico e humano do vírus.

O Fundo está disponibilizando 50 bilhões de dólares em financiamento de emergência para membros, que incluem empréstimos com juros muito baixos que podem ajudar os países mais pobres a responder à epidemia, disse ela.

“É a duração do surto que é difícil de prever no momento”, disse ela, acrescentando que a eficácia das medidas de mitigação desempenhará um papel fundamental na determinação do impacto econômico.

Menos de duas semanas atrás, o FMI havia dito que o vírus poderia reduzir 0,1 ponto percentual da previsão de crescimento global de janeiro.

Georgieva disse que o cenário de impacto mais leve se baseava nas expectativas de que o coronavírus será amplamente contido na China. Mas essa visão mudou na semana passada, quando o vírus se espalhou rapidamente fora da China para mais de 70 países.

(Atualizada às 14h31)

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