Coronavírus faz custo de emissão de dívida externa disparar, diz Estadão
O coronavírus está trazendo impactos também para o mercado de dívida de empresas brasileiras emitidas no exterior, com uma disparada no custo dessas captações.
De acordo com a edição desta sexta-feira da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, o sinal desse movimento está no retorno que esses títulos de dívida emitidos pelas companhias oferecem em suas negociações no exterior.
A publicação explica que quanto maior for o retorno exigido pelo investidor para ficar com o papel, mais caro é para a empresa fazer uma nova captação.
Com isso, as empresas que estão mais expostas a esse movimento são aquelas que vão sofrer mais com as perdas causadas pela paralisação de vários serviços no mundo, como o de aviação.
Nesses casos, o custo praticamente dobrou desde a segunda-feira de carnaval, dia 24, data que os mercados começaram a sentir com mais intensidade os riscos de desaceleração econômica global.
Com isso, o jornal aponta que a Gol (GOLL4) está passando por essa situação, com sua dívida que vence em dez anos. Antes do carnaval, o pagamento era de 6,32%, sendo que na última quarta-feira chegou a 14%.
No caso da Latam, que tem título com vencimento em 2026, a alta foi de 5,2% para 9,6% no mesmo período. Desta forma, o custo para uma nova emissão saltou pelo menos 84% para a companhia aérea. A CSN (CSNA3) teria de pagar no mínimo 70% a mais em uma nova captação com títulos de dívida.
Quem também passaria por situação semelhante é a Petrobras (PETR4), que teria custo 40% superior para lançar um novo título no prazo de dez anos. O retorno de seu papel de 10 anos saiu de 3,7% no dia 21 de fevereiro para 5,2% na quarta-feira.
De acordo com o Estadão, a petroleira, não tem qualquer intenção de acessar esse mercado para captar recursos nesse momento, assim como outras empresas brasileiras. Agora, o momento deve ser de que as emissões que estavam previstas para este mês sejam suspensas.