Coronavírus esfria demanda por combustíveis no Brasil e México
O impacto da pandemia no Brasil e no México tem esfriado a demanda por gasolina e diesel em dois grandes mercados para refinarias de petróleo dos Estados Unidos.
O consumo de gasolina no México, que consome quase seis em cada 10 barris de gasolina exportados pelos EUA, caiu para uma mínima de oito meses em janeiro. As vendas de diesel no Brasil, que haviam ultrapassado os níveis registrados antes da pandemia, desaceleraram e estão nos patamares mais baixos desde maio.
Novas restrições no México e no Brasil são um revés para um segmento do mercado de combustíveis que se mostrava aquecido para refinarias dos EUA até recentemente, ilustrando como o antecipado retorno à normalidade global ainda está cheio de incertezas.
No ano passado, a demanda da América Latina ajudou fabricantes de combustíveis dos EUA a resistirem aos efeitos da pandemia, porque o Brasil e o México aliviaram as medidas restritivas mais rápido do que outras economias. Agora, ambos os países tiveram que reimpor restrições em meio à lenta distribuição de vacinas.
Enquanto as mortes por Covid-19 caem em outros países, no Brasil o total de pessoas mortas atinge recorde, e o México agora registra o terceiro maior número de mortes por coronavírus.
A queda da demanda na América Latina ocorre quando refinarias na Costa do Golfo dos EUA ainda tentam reiniciar as operações depois que a onda de frio obrigou muitas a fecharem na terceira semana de fevereiro. E agora as perspectivas para a demanda doméstica são muito melhores.
“Os EUA, que ficaram atrás da América Latina em termos de demanda por combustíveis no ano passado, devem avançar no segundo trimestre em meio à distribuição mais rápida das vacinas”, disse Paula Jara, analista da consultoria Wood Mackenzie. Ela projeta que a demanda por gasolina nos EUA aumentará em 700 mil barris por dia no segundo trimestre em comparação com o primeiro.
As refinarias dos EUA reduziram o processamento de petróleo em 4,92 milhões de barris por dia por causa das baixas temperaturas. As margens para a produção de combustíveis sobem com as vacinações nos EUA antes da temporada de verão, quando o movimento nas estradas aumenta, assim como a venda de gasolina.
Cerca de 56% dos adultos nos EUA com 65 anos ou mais receberam pelo menos uma dose de vacina, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, ou CDC, e dados do Censo compilados pela Bloomberg.