Coronavírus e petróleo mostram pontos fracos do Brasil, diz Fitch
O agravamento da epidemia de coronavírus e a crise do petróleo podem agravar a situação fiscal e, portanto, o humor do mercado em relação a alguns países, incluindo o Brasil
A avaliação é da agência de classificação de risco Fitch, em relatório sobre os impactos desses fatores no risco de crédito de diversos governos nacionais.
A Fitch observa que a queda da cotação do petróleo tende a ser mais prejudicial que o coronavírus, tanto para economias desenvolvidas, quanto para os emergentes.
Isto porque, as medidas econômicas anticíclicas, adotadas pelos governos nacionais, para estimular a atividade seriam rapidamente revertidas com a volta do crescimento.
O mais preocupante, segundo a agência, é o impacto da queda das commodities (incluindo o petróleo) na balança comercial – e, por tabela, nas contas públicas – de países emergentes.
Alerta
Embora o Brasil não seja tão vulnerável, quanto países como Angola, Iraque e o Gabão, que geram mais de 70% de receitas com exportações, não há motivos para ficarmos sossegados.
“O humor dos investidores pode, por fim, afetar o fluxo de capitais, e países emergentes, cujas moedas mais se desvalorizaram frente ao dólar desde o fim de 2019, incluem Brasil, Uruguai, África do Sul e Chile”, afirma a agência.
O efeito da alta do dólar é a pressão sobre as dívidas públicas. A Fitch lembra que o Brasil está entre as nações com mais compromissos em moeda estrangeira, incluindo dívidas de curto prazo, ao lado de Índia, Turquia e Polônia.
Isso significa que um salto da moeda americana pode comprometer a capacidade de pagamento, tanto de companhias privadas, quanto do próprio país.