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Coronavírus causará maior queda já vista em demanda por energia e emissões, diz IEA

30 abr 2020, 14:33 - atualizado em 30 abr 2020, 14:33
Coronavírus
A demanda global por energia pode cair 6% em 2020 (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

Medidas de isolamento adotadas para combater a pandemia do coronavírus devem levar a uma redução recorde na demanda global por energia e nas emissões de dióxido de carbono, disse a Agência Internacional de Energia (IEA) nesta quinta-feira.

A demanda global por energia pode cair 6% em 2020 devido às restrições estabelecidas sobre residências e a indústria, no que seria a maior retração em termos absolutos já registrada, segundo a agência com sede em Paris, que assessora países desenvolvidos em suas políticas energéticas.

A derrocada deve levar a uma queda de 8% nas emissões de dióxido de carbono, seis vezes maior queda já registrada antes, de 400 milhões de toneladas em 2009, na esteira de uma crise financeira global, de acordo com a IEA, que descreveu a estimativa como conservadora.

“Alguns países podem postergar a saída da quarentena, ou uma segunda onda do coronavírus poderia jogar nossas expectativas atuais para o lado otimista”, disse à Reuters o diretor-executivo da IEA, Fatih Birol.

A demanda por carvão, intensivo em carbono, tem sido atingida pela pandemia– tanto a demanda no primeiro trimestre quanto as projeções para o ano apontam recuo de 8% na comparação com os mesmos períodos do ano passado.

Já a demanda por gás natural poderia cair cerca de 5% em 2020. A geração de energia caiu em 2,6% no primeiro trimestre, mas com avanço de 3% na geração renovável no período, devido a novos projetos eólicos e solares que entraram em operação.

“Dado o número de mortes e o trauma econômico pelo mundo, essa queda histórica nas emissões globais não é nenhum motivo para comemoração”, disse Birol.

Ele ainda afirmou que, com a queda na demanda, o espaço para armazenar petróleo está perto de acabar.

“No atual ritmo do mercado de petróleo, nós bem poderíamos ver a capacidade global de armazenamento cheia em meados de junho”, disse Birol, destacando que o problema é pior na América do Norte.

Ele ainda sugeriu que grandes produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia considerem novos cortes de produção devido à queda prevista na demanda.