Coronavírus: as grandes empresas estão ficando maiores, e as pequenas, menores
Os milhões de desempregados, a perda de renda e as quedas do PIB são os impactos mais visíveis e imediatos da pandemia de coronavírus na economia mundial. Mas outro efeito começa a preocupar os economistas: a concentração de mercado, decorrente da falência de milhares de pequenas e médias empresas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou, nesta segunda-feira (15), um estudo sobre o assunto, com dados que mostram que, desde a eclosão da Covid-19, as grandes empresas estão ficando maiores, e as pequenas, menores.
“A crise em curso resultará numa onda de falências que atingirá com mais força as pequenas e médias empresas, particularmente nos setores mais afetados”, afirma o documento. “As análises sugerem que as falências motivadas pela pandemia levarão ao aumento da concentração de mercado e do poder de dirigi-lo”, completa.
O FMI analisou a concentração de mercado de diversos setores em 61 países, antes da pandemia. Na média, as quatro maiores empresas desses setores detinham, em conjunto, 56% de seus respectivos mercados. Quando a pandemia acabar, essa fatia terá subido para 60%.
Perda de dinamismo
Os autores do estudo alertam, ainda, que fusões e aquisições conduzidas pelas empresas líderes de cada setor tendem a gerar menos benefícios, do que quando os acordos são fechados entre empresas de pequeno e médio portes.
O ritmo de crescimento das vendas, por exemplo, desacelera 7 pontos percentuais, após uma grande empresa comprar uma rival menor. Já os investimentos em pesquisa e desenvolvimento caem entre 3% e 4%.
“Preocupantemente, nossa análise mostra que M&As conduzidas pelas empresas líderes contribuem para o declínio do dinamismo da indústria em geral”, afirmam os economistas do FMI.
Veja o estudo publicado pelo FMI (em inglês).