Coronavírus: as ações imunes à contaminação (e que você deve comprar já), segundo a XP
O medo causado pelo coronavírus contaminou indevidamente ações com bons fundamentos e que têm pouco ou nenhum grau de exposição direta aos eventuais efeitos de uma epidemia. A avaliação é da XP Investimentos, que divulgou um relatório nesta terça-feira (28), com algumas dicas importantes de como proteger seus investimentos e encontrar oportunidades agora.
Nos últimos dois pregões, o Ibovespa acumulou uma queda de 4,22%, baixando de 119.527 pontos, no dia 23, para 114.481 nesta segunda (27). A queda mais acentuada, aliás, ocorreu ontem (3,29% – a pior em dez meses), quando aumentaram as notícias sobre a expansão da epidemia para outros países, além da China, seu foco inicial.
Para a gestora, o ponto principal é que os investidores precisam separar as empresas que realmente podem sofrer com o prolongamento da crise causada pelo vírus, e aquelas que estão apanhando à toa, apenas pelo efeito manada.
Na prática
Na prática, para a equipe da XP, somente empresas ligadas diretamente ao mercado chinês devem se preocupar com um surto prolongado de coronavírus. A gestora cita explicitamente algumas delas: Suzano (SUZB3), Vale (VALE3), JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3), Gol (GOLL4), Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3).
A XP observa que, no médio e longo prazos, a expectativa para o Ibovespa continua positiva. Na sua carteira recomendada de ações para janeiro, por exemplo, apenas duas das dez ações indicadas pela gestora correm riscos concretos com o coronavírus: a JBS e a Vale. Nos últimos três pregões, por exemplo, a JBS despencou 9,3%, e a Vale, 10,3%.
Outras ações indicadas pela gestora para janeiro também caíram, mas num ritmo menor. O Bradesco (BBDC4) recuou 3%. Algumas até foram na contramão do mercado e subiram. É o caso da Ecorodovias (ECOR3), que se valorizou 3,4% desde 22 de janeiro. A Localiza (RENT3) subiu 3,2% no mesmo intervalo.
“Notamos que o surto tem pouco ou nenhum impacto no fundamento de outras ações que caíram nos últimos dias, principalmente devido à maior aversão a risco de investidores”, afirma a XP Investimentos.
“Portanto, isso poderia representar uma janela de oportunidade para comprar algumas ações de qualidade com um preço melhor, assim como ocorreu durante outros surtos no passado como o de SARS”, acrescenta.