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Coreia do Sul fica sem espaço comercial para armazenar petróleo

27 abr 2020, 8:33 - atualizado em 27 abr 2020, 8:33
Petróleo
A capacidade comercial de estatais como Korea National Oil e Oilhub Korea Yeosu, de cerca de 38 milhões de barris (Imagem: REUTERS/Angus Mordant)

A Coreia do Sul está sem espaço comercial para armazenamento de petróleo, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto, uma situação que deve aumentar a concorrência por petroleiros para armazenar petróleo bruto e combustíveis.

A capacidade comercial de estatais como Korea National Oil e Oilhub Korea Yeosu, de cerca de 38 milhões de barris, já está alugada, disseram pessoas que não quiseram ser identificadas.

Embora alguns arrendamentos de curto prazo devam vencer ao longo deste ano, o espaço será reservado para fins estratégicos ou logísticos, disse uma das pessoas.

Os confinamentos causados pelo coronavírus encolheram a demanda por energia, mas muitas refinarias não podem interromper completamente a produção de combustível devido a acordos de fornecimento de longo prazo, o que aumenta a necessidade de tanques para armazenar o excesso de carga.

Alguns desses processadores, assim como operadores, também desejam comprar petróleo a preços baixos e vendê-lo mais tarde.

O petróleo tipo Brent para entrega em dezembro é negociado com prêmio acima de US$ 10 o barril em relação ao contrato de junho, uma estrutura de mercado conhecida como supercontango.

A Coreia do Sul, que conta com algumas das maiores e mais sofisticadas refinarias de petróleo da Ásia, tem a quarta maior capacidade de armazenamento comercial na região, depois da China, Japão e Índia, segundo a Kayrros, uma empresa de análise de dados do mercado de energia.

O país é muito procurado para o armazenamento de petróleo e combustíveis devido à sua proximidade de outras grandes economias do nordeste asiático.

O petróleo tipo Brent para entrega em dezembro é negociado com prêmio acima de US$ 10 o barril em relação ao contrato de junho (Imagem: Pixabay)

“Em termos de tanques de petróleo cheios, vemos um grande aumento na Ásia, exceto na China”, disse Alexis Berson, analista sênior da Kayrro, em Cingapura.

“Na Coreia do Sul, a tendência nas últimas duas semanas foi um ganho de 8 milhões de barris e isso é algo que não aconteceu no passado.”

Na Coreia do Sul, os tanques de armazenamento de petróleo são classificados como comerciais ou públicos. Esta última categoria inclui espaço reservado para estoques estratégicos, bem como para uso por parte de refinarias locais. Processadores coreanos têm pedido acesso aos tanques públicos, disseram as pessoas.

Algumas empresas também intensificaram a busca por navios para guardar petróleo no mar, o que levou a um aumento do número de navios-tanque afretados para tais fins.

Um porta-voz da KNOC disse que a empresa não pode comentar o assunto devido a acordos de confidencialidade.

A KNOC tem cerca de 96 milhões de barris de capacidade para reservas estratégicas do país, de acordo com um porta-voz que pediu para não ser identificado. Não está claro se essa capacidade está completa ou não.

O espaço de armazenamento em outros países asiáticos, como Índia e Cingapura, centro petroleiro regional, também se esgota rapidamente. A situação na China não é clara, pois dados sobre armazenamento não estão disponíveis.

“Ainda temos espaço para armazenamento em terra, mas a capacidade disponível está diminuindo rapidamente nos principais centros, como Índia, Coreia do Sul e Japão”, disse Berson, acrescentando que é preciso suspender a produção em alguns lugares para que os tanques não cheguem a um limite.