Novos cortes na Selic estão no radar? Copom não quer dar indicação futura, diz Galípolo
O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) usou a palavra “interrupção” do ciclo de cortes de juros na última reunião, mas que não quer fazer qualquer sinalização ou indicação futura para a atuação à frente.
Na semana passada, a autoridade monetária optou por manter a Selic no patamar dos 10,50% ao ano, indo ao encontro das apostas do mercado.
A ideia do Comitê é deixar as próximas decisões em aberto para “ver como as coisas vão se desdobrar”, afirmou Galípolo em live realizada pela corretora Warren. “Neste momento, não gostaria de indicar um gatilho para mudança da política monetária”, complementou.
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Ao ser questionado sobre uma eventual volta da flexibilização dos juros, o diretor disse: “É prematuro falar sobre qualquer coisa diferente do que a gente colocou hoje na ata sobre cenário prospectivo”.
Galípolo ponderou que, “mesmo com a taxa de juros mais alta, com expectativas ancorando, você tem que ser mais cauteloso”.
Desancoragem da inflação e questão fiscal
Na ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (25), o Comitê destacou que o cenário global está incerto e o doméstico segue marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda maior cautela.
Galípolo ressaltou, em live, que o Copom passou a dar mais ênfase à desancoragem da inflação, mas que esse não é só isso que fundamenta a interrupção. Entre os elementos, o diretor citou a economia mais resiliente, mudanças acentuadas no cenário de câmbio, na inflação implícita e na taxa de juros longa.
Sobre a questão fiscal, ele afirmou que o BC não vai utilizar a dificuldade do governo para atingir o equilíbrio fiscal como uma “muleta” para não perseguir a meta de inflação.
Segundo Galípolo, o tema fiscal já estava em debate quando a discussão era para cortes de 0,5 ponto percentual.
*Com informações da Reuters