Copom sobe o tom e alerta para dois pontos; confira o que diz o comunicado
O Comitê de Política Monetária (Copom) subiu o tom no comunicado que acompanhou a decisão de manter a taxa Selic em 13,75% nesta quarta-feira (1º). Foi a primeira reunião do Comitê do Banco Central desde o início do governo Lula.
No texto, o Copom acende o sinal de alerta para as incertezas no âmbito fiscal e com as expectativas para a inflação. Segundo a autoridade monetária, ambos os pontos demandam maior atenção, sendo que houve uma piora das expectativas inflacionárias em prazos mais longos.
Com isso, o BC reitera que segue vigilante na condução do juro básico, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa Selic por “período mais prolongado” será capaz de assegurar a convergência da inflação em direção à meta.
Copom sobe o tom e manda recado
Para o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, o comunicado do Copom foi duro (“hawkish”). “O Copom deu todos os recados, de um modo geral bastante hawkish”, avalia.
Para ele, o BC sinaliza que considera manter a Selic estável por um período ainda maior. “O Copom começa a cogitar em manter a taxa parada por mais tempo”, diz.
Ou seja, “uma estratégia mais dura do que se imaginava antes”. Vale lembrar que a Selic subiu pela última vez em agosto do ano passado, para o nível atual, no qual vem se mantendo desde setembro.
“O BC indica que tanto a inflação quanto a questão fiscal vão adiar queda dos juros”, emenda o economista-chefe da Messem Investimentos, Gustavo Bertotti. Ainda assim, ele avalia que o Copom deve reduzir a Selic a partir do segundo semestre deste ano.
Segundo ele, os próximos meses serão decisivos para o BC. “Caso as perspectivas [de inflação e juros] fiquem estáveis, o primeiro corte na Selic deve vir em agosto, na casa de 0,25 ponto percentual (pp)”, estima.