Copom: Qual decisão pode ter efeito negativo nos fundos imobiliários?
Antes da decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 fechou com ligeira queda de 0,04% no pregão desta quarta-feira (22), aos 2.768 pontos.
No entanto, o Ifix exibiu mais um dia de volatilidade e segue firme abaixo da marca de 2.800 pontos. Além disso, o volume de negócios segue baixo e foi novamente o menor do mês.
A expectativa é de que o Banco Central mantenha a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, pela quinta vez seguida.
Copom e os fundos imobiliários
O governo federal tem feito pressão para a autoridade monetária iniciar um ciclo de queda da Selic. Entretanto, o gestor da TRX Investimentos, Gabriel Barbosa, comenta que o investidor de fundos imobiliários deve ficar atento ao controle da inflação e “não torcer para uma baixa da Selic ‘na marra'”.
Segundo ele, a atual “queda de braço” entre o governo e o BC em relação aos juros no Brasil pode trazer efeitos negativos para os FIIs no longo prazo.
“Os fundos imobiliários são mais afetados pela curva futura de juros e pela inflação do que com a Selic atual. O governo poderia, por exemplo, forçar a queda da taxa para 7% ao ano. Os juros futuros não acompanhariam e, assim, na prática, não mudaria nada no desempenho atual dos FIIs”, avalia.
Por outro lado, no longo prazo, Barbosa acredita que poderia até ter um efeito negativo, subindo a expectativa de inflação para os próximos anos.
Contudo, segundo ele, o mercado vai entender que no futuro será necessário um novo ciclo de aperto monetário, talvez com juros ainda maiores para trazer a inflação de volta à meta do Banco Central.
“Isso impactaria negativamente o mercado imobiliário. Portanto, os fundos imobiliários”, ressalta.
Fundos imobiliários em destaque
Entre os FIIs, o destaque de alta do pregão foi mais uma vez o Átrio Reit Recebíveis (ARRI11), que subiu 2,57%. Ontem, o fundo imobiliário já havia liderados os ganhos, com a mesma magnitude.
Em contrapartida, o Rio Bravo Ifix (RBFF11) liderou as quedas, de 2,32%.