Selic em 10,25%: Copom pode cessar cortes nos juros até o final do ano, avalia Santander Asset
O cenário macroeconômico segue pressionado, com os mercados colocando uma lupa nos dados econômicos tanto do Brasil, quanto dos Estados Unidos (EUA). O tom cauteloso foi o que predominou durante o mês de maio e deve seguir igual em junho.
O que continua em foco é a decisão do banco central americano quanto à política monetária, que segue mantendo um grau de incerteza moderado na avaliação dos analistas do Santander Asset, que acreditam em um corte em setembro.
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A premissa considera os recentes dados divulgados nos EUA que indicam uma desaceleração na inflação americana e os números de atividade ainda sugerem um crescimento firme do PIB no segundo trimestre. Somado a isso, o arrefecimento no mercado de trabalho.
“É um bom sinal, mas cabe ressaltar que a inflação ainda está rodando em níveis relativamente elevados, num contexto de maior dispersão das divulgações mensais”, ressalta a equipe da gestora em sua “Carta Mensal”.
Vale lembrar que amanhã, acontece a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). O Federal Reserve deve manter os juros no intervalo entre 5,25% e 5,50%.
Cortes da Selic estão com os dias contados?
Por aqui, o time pondera a comunicação conservadora do Banco Central na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e antecipa que a próxima decisão seja por um corte de 0,25 ponto percentual na Selic e que há uma grande possibilidade deste ser o último no ano.
Dessa forma, a taxa básica de juros encerraria o ano de 2024 no patamar de 10,25% ao ano, se mantendo nos dois dígitos e acima das projeções iniciais de terminar o período em 9,5%, segundo os primeiros Relatórios Focus do ano.
Essa postura do BC pode ser lida em conjunto com os dados de inflação ainda acima do esperado e, principalmente, o quadro fiscal doméstico que ainda enfrenta desafios.
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O Santander Asset explica que essa conjuntura levou a abertura da curva de juros nominal, enquanto a deterioração da inflação implícita nas curvas futuras fez com que os juros reais apresentassem queda no mês de maio.
“Ainda enxergamos prêmios na curva de juros, mas com perspectivas de ganho limitadas no curto prazo”, apontam os analistas no documento.
Já na renda variável, a atratividade segue em cheque sem nenhum gatilho para uma valorização mais expressiva da bolsa local mais adiante.