Copom mantém Selic a 10,50% ao ano em decisão unânime
O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic no patamar de 10,50% ao ano na reunião desta quarta-feira (19), em decisão unânime.
Com isso, o Banco Central interrompeu o ciclo de flexibilização da política monetária, iniciado em agosto de 2023. No afrouxamento, houve uma redução de 0,25 ponto porcentual (p.p.) e outras seis de 0,50 p.p.
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“O Comitê, unanimemente, optou por interromper o ciclo de queda de juros, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, diz o comunicado.
A decisão vai ao encontro com as apostas do mercado. Alguns economistas e analistas esperavam um corte de 0,25 p.p., mas a maioria estava convencida da manutenção dos juros, após aumento nas percepções de risco fiscal e nas expectativas de inflação. Além disso, o Federal Reserve optou por manter a taxa alta por mais tempo e indicou apenas uma diminuição para este ano.
Antes de iniciar a flexibilização, o Banco Central manteve a Selic em 13,75% por um ano, de agosto de 2022 a agosto de 2023. O ciclo de aperto monetário, que precedeu essa pausa, começou em março de 2021 e seguiu por 12 reuniões consecutivas.
Selic: Copom está de olho na inflação
Após uma decisão dividida no Copom de maio, o presidente da autarquia Roberto Campos Neto — que votou em um corte de 0,25 p.p. no mês passado — tentou passar um tom de maior coesão do cenário entre os membros.
Em discurso, Campos Neto indicou que a inflação no Brasil está “em processo de convergência”, classificando os números recentes como “positivos”. Entretanto, afirmou que “se o Banco Central conduzisse a política monetária utilizando a inflação corrente, seria como dirigir um carro olhando pelo retrovisor”.
Nesse sentido, o presidente do BC destacou a preocupação com o comportamento das expectativas de inflação, que caracterizou como “muito ruim” e “preocupante”. “A desancoragem continua”, disse.
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O diretor Gabriel Galípolo — que, por outro lado, optou pela redução de 0,50 p.p. em maio — também demonstrou maior preocupação com a desancoragem. Segundo o diretor, é “o principal ponto de desconforto do comitê” e o deixa em uma “posição delicada”.
Além disso, ele indicou que é responsabilidade da autoridade monetária “fixar a taxa de juros em nível suficientemente restritivo, pelo tempo que for necessário, para que a inflação convirja para a meta”.
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Confira a cobertura do Money Times sobre a Selic:
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