Copom está rígido demais na política monetária? Economistas analisam se é hora de relaxar
O Banco Central divulgou nesta terça-feira (19) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 12 e 13 de dezembro.
Na ocasião, o Copom reduziu a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), levando a taxa básica de juros para 11,75% ao ano. A decisão não pegou o mercado de surpresa, uma vez que os diretores do BC já haviam dado pistas sobre a decisão.
Para as próximas reuniões, não será diferente. Na ata do último encontro do ano, os membros do Comitê anteveem, mais um vez, reduções de mesma magnitude por enxergarem ser o mais prudente para o momento. No entanto, não há um período especificado.
No decorrer do texto, o comitê explica que só irá mudar os planos se a economia tiver uma desaceleração mais intensa, o que poderia levar a uma queda da inflação mais rápida.
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Para o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, a avaliação é de que o comitê está duro no tocante à condução de juro. “O BC fez questão de adicionar que o cenário doméstico está em linha com o esperado e que as projeções de inflação, citadas no 16º, ‘não se alteraram significativamente, mantendo-se acima da meta'”, pontua o profissional.
Além disso, ele destaca que o BC já possuía uma leitura acomodatícia do ambiente externo, que foi amplamente destacado no parágrafo 6, o que faz com que o discurso ganhe maior conotação dovish quando adicionada a decisão do Fed da tarde de quarta-feira passada.
Já o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, analisa que não há motivos para que o cenário proposto pelo Copom mude e que o país seguirá com Selic em 9,50% em 2024 e 8,50% em 2025.
Em consenso no relatório produzido pelo Itaú sobre a ata, os analistas apontam que o Copom trouxe um conjunto de mudanças em direção mais branda/mais dura na comunicação do comitê, que foram, na opinião deles, neutras em termos gerais.
“As autoridades reconheceram que o cenário externo se tornou menos adverso (mas permanece volátil), mencionaram que o PIB do 3T confirmou que a economia local está perdendo dinamismo (mas com consumo resiliente) e reconheceram que a desinflação está em curso, com melhora de composição, mas em linha com o que era esperado”, explicou o documento.