Economia

Copom: ‘É muito cedo para se preocupar em alterar os cortes’, diz UBS BB

19 mar 2024, 10:01 - atualizado em 19 mar 2024, 10:01
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A reunião do Copom acontece nesta quarta-feira (20) e a expectativa é de que a Selic fique em 10,75%. (Imagem: Getty Images)

Desde agosto de 2023, quando o Banco Central começou a cortar os juros no Brasil, tem se mantido as mesmas perspectivas de cortes de 0,50 ponto percentual em duas reuniões subsequentes. Desta forma, chegamos ao atual cenário da Selic em 11,25% e com expectativa de chegar nos 10,75% nesta quarta-feira (20).

A dúvida agora é de qual será a orientação nos próximos meses, visto que o Federal Reserve já sinalizou que os cortes que estavam sendo projetados para março no início do ano não acontecerão. Sendo assim, diminuem a expectativa de sete cortes ano a ano, para três.

Somado ao cenário internacional ainda mais rígido, por aqui, as expectativas para a inflação ao final de 2024 seguem subindo, de acordo com a projeção dos economistas. Nesta terça-feira (19), no Relatório Focus, as expectativas de alta nos preços para o final do ano passaram de 3,77% para 3,79%. No entanto, a perspectiva para taxa final da Selic segue em 9%.

Por conta desse panorama, diversos analistas do mercado projetam uma mudança de orientação do banco central para os próximos cortes, mas os economistas do UBS BB discordam desta narrativa. Em relatório recentemente divulgado pré-Copom, Alexandre de Azara, Fabio Ramos e Rodrigo Martins, acreditam que BC deve manter a mesma orientação futura.

“Um interpretação para quem defende uma mudança é que é muito arriscado ter um compromisso de dois cortes nas taxas de 50 pontos base após o corte de 50 pontos base amplamente esperado na quarta-feira. No entanto, para nós, este parágrafo não é um compromisso, é uma orientação”, destaca o documento.

Com a expectativa consensual de inflação para 2024 e uma taxa real de 5,0-5,5% para este ano que é superior à estimativa neutra de 4,5% o primeiro “stop” mais elevado possível para o BC ficaria entre 8,75-9,25%.

Se, após a Super Quarta, a orientação seguir em cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas duas reuniões, isso resultaria em uma taxa de 9,75%, meio ponto acima do teto de uma taxa, segundo os profissionais, bastante conservadora. “Em outro palavras, em nossa opinião, é muito cedo para se preocupar em alterar a orientação futura parágrafo”, destacam.