Economia

Copom deve ajustar plano de voo para acompanhar inflação crescente, avaliam especialistas

15 mar 2022, 16:12 - atualizado em 15 mar 2022, 16:12
Banco Central
O Banco Central não deve tolerar um ambiente de estagflação, sob risco de deslocamento de expectativas (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

Para acompanhar o ajuste para cima das expectativas de inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deverá revisar, em alguma medida, o seu plano de voo (ou seja, de “redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”), afirma a Terra Investimentos.

Na avaliação da corretora, as autoridades monetárias não deverão tolerar um ambiente de estagflação, sob risco de deslocamento das expectativas.

A Terra acredita que o Copom terá que “agir tempestivamente”, adotando uma postura mais contracionista.

De acordo com a corretora, é certo que a política monetária não se ajustará aos efeitos de curto prazo dos choques dos preços das commodities. No entanto, 2023 “está totalmente ao alcance do Banco Central”.

“O Copom deixará claro a necessidade de revisar seu roadmap – ainda que marginalmente -, sinalizando um mergulho adicional no campo contracionista”, afirmam economistas da casa.

A Terra acredita que serão necessárias doses um pouco maiores de juro no curto prazo para combater a escalada prevista para a inflação no Brasil.

Rob Correa, analista de investimentos e fundador da Hedgepoint, também levanta a possibilidade de uma mudança na postura do Copom.

O especialista destaca que, além dos dados da última inflação terem vindo piores que o esperado, eles ainda não refletem as implicações do conflito entre Rússia e Ucrânia, como o aumento dos combustíveis, por exemplo.

Correa acredita que o Copom pode adotar uma postura ainda mais agressiva, afastando-se do plano original de “desacelerar” ou aumentar os juros de maneira gradual.

Até onde vai a Selic?

A expectativa da Terra é de que o Copom suba desta vez a Selic em 1,25 ponto percentual, elevando-a de 10,75% para 12%.

Na avaliação da corretora, o fim do ciclo da taxa Selic deverá ser atingido em 12,75%, e não mais em 12,5%, na reunião de junho.

O analista Rob Correa prevê um aumento de 1 ponto percentual, como boa parte do mercado. Para 2022, a previsão para a Selic é de 13%, com o auge do aperto acontecendo no meio do ano.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
diana.cheng@moneytimes.com.br
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.