Copel sinaliza avanços em governança corporativa, e XP altera preço-alvo da ação
A aprovação da reforma do estatuto social da Copel (CPLE6) em assembleia geral extraordinária (AGE) é positiva, uma vez que mostra que a companhia está avançando em governança corporativa, disse a XP Investimentos.
Segundo a corretora, temas como esse ganham ainda mais importância para a Copel após o acionista controlador (Governo do Estado do Paraná) publicar uma carta dizendo que quer se desfazer de parte de sua participação na empresa e potencialmente levantar até R$ 2,8 bilhões sem privatizar a companhia. No anúncio, o governo condicionou seu apoio à migração da Copel do Nível 1 para o Nível 2 de governança corporativa da Bolsa à realização de uma oferta secundária na qual poderia vender papéis.
Na ocasião em que a carta foi divulgada, a XP afirmou que as solicitações do acionista controlador representam um retrocesso em termos de governança corporativa e eleva a percepção de risco da Copel.
“Temos uma visão positiva da reforma do estatuto social da Copel, pois sinaliza avanços bem-vindos em governança corporativa que ganham ainda mais importância após elevação da percepção de risco após a divulgação da carta do acionista controlador da companhia em janeiro, o Governo do Estado do Paraná”, afirmaram os analistas da corretora.
Além da adesão ao nível 2 de governança corporativa da B3 (B3SA3), o novo estatuto da Copel prevê o desdobramento de ações da companhia na proporção de um para dez papéis e a formação de units, sendo cada unit composta de cinco ações, uma delas ordinária e quatro preferenciais classe B.
Além disso, o número de membros eleitos por acionistas não controladores no conselho de administração da empresa passará de dois para três.
O novo estatuto ainda prevê uma garantia de que o dispositivo que obriga a empresa a aplicar integralmente reajustes tarifários aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não poderá ser alterado ou excluído sem aprovação de maioria dos acionistas detentores de ações preferenciais.
A XP manteve a recomendação de compra para a ação, com novo preço-alvo de R$ 7,50 (de R$75/ação antes do desdobramento).