Copel pode destravar mais valor se governo do Paraná não atrapalhar
Desde o dia 10 de janeiro, as ações da Copel (CPLE6) acumulam baixa na casa dos 10%, enquanto que o Ibovespa (IBOV) caiu apenas perto de 4,3% no período. Na visão da Ágora Investimentos, ainda que o risco/retorno esteja mais equilibrado, o governo do Paraná impede a companhia elétrica de destravar mais valor.
“Ainda pensamos que o governo paranaense poderia desbloquear um valor significativo para si mesmo — e para os minoritários — encerrando as negociações para vender ações excedentes da Copel”, advertem os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França, que assinam o relatório a clientes.
A dupla de analistas elevou a neutra a recomendação das ações da Copel diante de melhorias na governança corporativa para a qual foi cortada taxa de desconto no custo de capital, além da atualização das estimativas de dividendos, com base na nova política apresentada pela empresa.
“Espera-se que os dividendos da Copel no final do ano de 2020 chegarão a R$ 2,5 bilhões, implicando um rendimento de 14,5%, e com um dividendo estimado para o final de 2021 de R$ 1,5 bilhão, cerca de 8,9% de ganho”, calcula a dupla da Ágora.
No final do mês passado, o CEO da Copel, Daniel Slaviero, disse que governo paranaense deve perseguir um preço mínimo para a venda de parte de suas ações na estatal, devido a uma lei estadual que não permite negociação dos ativos abaixo do valor patrimonial, e esse piso seria de cerca de R$ 73 por papel.
“O que acontece se o governo não conseguir realizar a oferta por causa do preço mínimo? A empresa continuará no Nível 1”, disse Slaviero, após questionamento de um analista sobre a legislação estadual.
A Ágora elevou o preço-alvo dos papéis da Copel de R$ 75 para R$ 76 até o final de 2021.
Empresa | Ticker | Recomendação | Preço-alvo (R$) | Valorização (%) |
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Copel | CPLE6 | Neutra | 76 | 15 |