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Copel: mesmo com dividendos de até R$ 1,5 bi, BofA corta recomendação; veja por quê

27 set 2021, 12:06 - atualizado em 27 set 2021, 12:06
Copel
De acordo com os analistas, desde o início de agosto as ações acumulam alta de 22% em relação ao Ibovespa, o que tornou o risco-recompensa menos atraente (Imagem: Divulgação/Copel)

O Bank of America rebaixou a recomendação das ações da Copel (CPLE6) de compra para neutra com preço-alvo de R$ 35,73.

De acordo com os analistas, desde o início de agosto as ações acumulam alta de 22% em relação ao Ibovespa, o que tornou o risco-recompensa menos atraente.

“Em nossa opinião, o desempenho recente foi impulsionado principalmente pelos atraentes rendimentos de dividendos da Copel (8% anunciados em 17 de setembro), que foi uma das bases para nossa classificação de compra anterior”, argumenta.

Ainda segundo o banco, a empresa pode entregar dividendos de 8%, ou R$ 1,5 bilhão, impulsionados por resultados pontuais positivos esperados no terceiro trimestre. 

“No entanto, como a Copel é negociada com um desconto de 6% em seu valor contábil, as preocupações pendentes sobre sua oferta de ações podem aumentar”, diz.

Os analistas afirmam ainda que os proventos certamente são atrativos, mas há alguns pontos que devem ser observados: 

  • o anúncio de dividendos pode estar a 3 milhões de distância;
  • os níveis atuais podem levantar preocupações sobre o excesso de ações;

“A CPLE anunciou no início deste ano que seus dois maiores acionistas planejam uma oferta secundária de 17% a 29%. Como o estado do Paraná não pode vender sua participação abaixo de 1x o valor contábil (R$ 37,45 / CPLE11 ou + 6% atual), os investidores poderiam ter incentivos para não comprar ações acima desse patamar para evitar a venda”, completam.

Resultados

A Copel registrou lucro líquido de 1 bilhão de reais no segundo trimestre, queda de 37% na comparação anual, principalmente pelos efeitos da decisão judicial que excluiu o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins no mesmo período do ano passado.

O resultado líquido divulgado na noite de quarta-feira inclui efeitos de operações descontinuadas, como a Copel Telecom. Sem ele, teria caído mais, para 957 milhões de reais.

No período, a Copel registrou a conclusão do desinvestimento da Copel Telecom, no valor de 2,5 bilhões de reais, que já foi transferido para a companhia, mas que será reconhecido contabilmente no terceiro trimestre, no montante de 1,2 bilhão de reais.

O indicador de geração de caixa Ebitda ajustado (excluídos os itens não recorrentes) atingiu 1,43 bilhão de reais no segundo trimestre, montante 47,1% superior ao visto no mesmo período do ano passado, principalmente pela comercialização de 507 GWh de energia produzida pela UTE Araucária.

A Copel ainda viu aumento da receita de disponibilidade da rede elétrica (TUSD/TUST), com o crescimento de 12,2% do mercado fio da distribuidora e do aumento na remuneração sobre ativos de transmissão decorrente da maior inflação e da revisão tarifária periódica aplicada aos contratos de transmissão.

“Esses eventos foram parcialmente compensados pelo aumento no custo com energia elétrica comprada para revenda em função da piora no cenário hidrológico no mês de junho e do aumento do PLD (sul) médio no 2T21 (233,36 reais ante 75,47 reais no 2T20)”, disse a empresa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.