Copel (CPLE6) se compromete a entregar dividendos e crescimentos juntos em reunião com investidores; veja como
A Copel (CPLE6) está comprometida a entregar dividendos e crescimento juntos, garantiu o diretor de relações com investidores da companhia, Luiz Mello, durante o Copel Day, realizado nesta quarta-feira (18).
Parte de um setor naturalmente mais estável, a apresentação da Copel destacou os resultados da companhia, que registra elevação do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado nos últimos trimestres, saindo de um patamar de R$ 3,1 bilhões em 2018 para R$ 5,8 bi em 2023.
Mello destacou que a companhia está em uma trajetória de aumento dos investimentos, principalmente na rede de distribuição.
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O diretor de RI recorda que a companhia tinha uma das redes mais depreciadas do setor, destacando que existia a necessidade de fazer investimentos na melhoria de qualidade para que a distribuição passasse a fazer parte relevante da base de ativos e consequentemente melhorar a remuneração aos acionistas.
Ele menciona dois principais programas, o Paraná Trifásico, que visa atingir 25 mil quilômetros de novas redes, e a rede inteligente Smart Grid, que permite operar de uma maneira remota. Segundo Mello, em 2025, a Copel deve ter mais um ciclo de investimento elevado, dado que é o último ano do ciclo tarifário. “Isso se reflete, então, nas nossas expectativas, na nossa base de remuneração. Não faremos nada, simplesmente, por crescer. O objetivo aqui é atrair valor”, afirmou.
Vale lembrar que a companhia paranaense era uma estatal, tendo sido privatizada no ano passado, quando se tornou uma corporation.
Dividendos, Novo Mercado, desinvestimentos e foco em distribuição
Durante o Copel Day, o diretor de RI destacou que a companhia pretende adentar o Novo Mercado, segmento de listagem na bolsa brasileira com os padrões mais rigorosos de governança corporativa da B3, como parte de seu escopo estratégico.
“Dependemos de alguns outros fatores, mas está nos planos da companhia evoluir para o Novo Mercado. Tendo feito essa lição de casa, o próximo passo é a expansão. Nós temos o crescimento orgânico, que já vem acontecendo no segmento de distribuição, mas a gente também vai avaliar oportunidades de crescimento”.
Neste sentido, ele aponta que a companhia está atenta a oportunidades que surjam dentro do core business da empresa, que está com o seu foco em distribuição, apesar de também atuar com geração, transmissão e comercialização de energia elétrica.
“Durante todo esse processo, é importante mencionar que a gente quer ter um equilíbrio entre o pagamento de dividendos e o crescimento. E será de uma maneira bem simples. A gente vai sempre buscar bons investimentos, com uma taxa de retorno que agregue valor ao papel, pagando dividendos conforme a política. Mas, se eu não tiver investimentos para fazer, é claro que a tendência, então, é pagar mais dividendos”.
Nesta semana, a companhia concluiu o desinvestimento da totalidade da participação da Companhia Paranaense de Gás (Compagas), tendo recebido 40% do valor total de R$ 906 milhões, corrigido conforme previsto em contrato considerando a data-base de 31 de dezembro de 2023.
Segundo ele, principalmente pequenas centrais hidrelétricas estão com processo aberto para desinvestimento.
Ele adiciona que, conforme a política de dividendos atual, metade dos recursos resultantes da venda será direcionado aos acionistas, enquanto o restante terá o destino definido em reunião com o conselho de administração.