Copasa (CSMG3) dispara 30% em semanas, mas Genial faz alerta; potencial é de queda

A Copasa (CSMG3) tem ano de small cap. No acumulado, a ação da empresa de saneamento, considerado um setor mais estável e, portanto, sem grandes variações na bolsa, salta 60%, renovando máximas históricas.
O papel ganhou força, sobretudo, após a aprovação da PEC que elimina a necessidade de referendo popular, representando um passo importante para viabilizar a privatização da Copasa. Isso deixa o caminho mais fácil para uma eventual privatização, um sonho antigo do mercado.
Desde o dia 11 de agosto, o papel salta 30%.
Apesar disso, a Genial Investimentos faz alguns alertas.
Os analistas lembram que os próximos passos incluem:
- aprovação em plenário com 48 votos,
- tramitação de um projeto de lei ordinária autorizando a desestatização e posterior definição do modelo de venda)
Isso, na visão da Genial, coloca desafios significativos, sobretudo diante do cenário político atual em que o governador Romeu Zema, que não dispõe de base parlamentar majoritária e enfrenta limitações naturais de poder no seu segundo mandato.
“Do ponto de vista prático, a privatização da Copasa exigirá ainda a regionalização das concessões, renegociação de contratos municipais e ajustes regulatórios, etapas que demandam tempo e articulação política.”
Outro ponto negativo para a Copasa é o próprio preço. A ação CSMG3 negocia a 1,1x VP/BRR contra 1,3x da Sabesp (SBSP3) – que já foi privatizada e começa a ver os efeitos dos ganhos de eficiência e redução de custos em suas operações.
- Glossário: PVP/BRR é o Preço sobre Valor Patrimonial (P/VP) versus Base de Remuneração Regulatória (BRR)
“Comparado com a Sabesp, o processo em Minas tende a ser mais trabalhoso e com cronograma apertado, especialmente à luz das eleições de 2026. Assim, embora a PEC seja positiva para a tese de investimento, permanecemos cautelosos quanto à velocidade e viabilidade de execução do projeto.”
O veredito dos analistas é claro: investir na CSMG3 nesse atual patamar de preços apresenta uma assimetria pouco interessante, ainda mais considerando o ceticismo em relação ao processo de privatização — “ainda que torcendo para estarmos errados nessa leitura”.
O preço-alvo é de R$ 27, o que implica potencial de queda de 18%.
Entretanto, os analistas lembram que a privatização da Eletrobras (ELET3; ELET6), entre idas e vindas, se materializou somente em junho de 2022 — às vésperas da corrida eleitoral.
Qual será o preço desse sonho?