Copa do Mundo: Três empresas listadas na B3 que vão vender menos em dias de jogo
A Copa do Mundo se aproxima e parte das empresas listadas na bolsa brasileira espera vender mais durante a realização do maior evento de futebol do mundo. Porém, não é a realidade de todos os setores.
Várias empresas da B3 terão suas atividades pausadas enquanto a seleção brasileira entra em campo no Catar. Entre elas, as construtoras.
Com isso, Cury (CURY3), Direcional (DIRR3) e MRV (MRVE3) se prepararam para lançar e vender menos no último trimestre de 2022, à espera dos impactos do torneio de futebol.
Direcional espera trimestre desafiador
O diretor de relações com investidores da Direcional Engenharia, Paulo Sousa, comenta que, normalmente, o quarto trimestre é o mais forte do ano com trabalhadores recebendo décimo terceiro salário e com a Black Friday. Porém, a realização da Copa do Mundo no fim do ano é “algo novo”.
Tradicionalmente o torneio acontece durante o verão (no hemisfério norte). Neste ano, porém, o torneio começa em novembro devido às altas temperaturas no deserto das arábias nos meses de junho e julho.
“Dificilmente, isso não impactará as vendas. Mas estamos trabalhando para ter o menor impacto possível. É um trimestre mais desafiador com eleição e Copa”, avalia.
Ele pondera que as vendas de apartamentos são maiores no fim de semana. Portanto, com os jogos do Brasil na primeira fase, a de grupos, sendo em dias úteis, o impacto pode ser menor.
Na fase de grupos, os jogos da seleção brasileira serão nos dias 24 (quinta-feira), contra a Sérvia, às 16h (de Brasília); 28 (segunda), contra a Suíça, às 13h. O terceiro e último jogo dessa fase será em 2 de dezembro (sexta-feira), contra Camarões, novamente às 16h.
Cury planejou ano pensando na Copa do Mundo
“Nos preparamos para isso”, comenta o diretor de relações com investidores da Cury, Ronaldo Cury. Segundo o executivo, a empresa montou um planejamento “diferente” para 2022, no qual a estratégia adotada foi dar fôlego aos três primeiros trimestres do ano para deixar o quarto “menos pressionado”.
“Nos organizamos para fazer três trimestres muito fortes e deixar o quarto mais folgado, já pensando nas eleições e na Copa do Mundo“, diz Cury, prevendo que as vendas serão perto de zero ou zero em dias de jogos da seleção brasileira. “Mas o trimestre virá parecido com os anteriores. Será bom”, reforça.
MRV está otimista
O CEO da MRV&Co, Eduardo Fischer, ressalta que o último trimestre é tradicionalmente mais positivo também para a empresa, mesmo com dezembro tendo menos dias úteis.
“Este ano, mesmo com a Copa, devemos lançar mais e, consequentemente, aumentar as vendas. Estamos otimistas”, pondera, mesmo com a expectativa de queda no movimento em stands de lançamento em dias de jogos do Brasil.
Sem golaços
Analistas do Banco Safra avaliam que a maioria das empresas continuou reportando índices de velocidade de vendas (VSO) abaixo do histórico no terceiro trimestre, o que provavelmente irá se traduzir em lançamentos reduzidos daqui para frente.
“Principalmente, levando em consideração as incertezas trazidas pelo novo governo e pela Copa do Mundo. Temos uma perspectiva mais pessimista para o segmento de média e alta renda”, disse o banco em relatório.
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