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Copa do Mundo: Qual o impacto do Mundial no consumo e no varejo?

18 nov 2022, 15:43 - atualizado em 18 nov 2022, 15:43
Copa do Mundo
Copa do Mundo irá ocorrer próximo a outros grandes eventos que impulsionam consumo (Imagem: Reuters/Charles Platiau)

A Copa do Mundo 2022 irá ocorrer entre os dias 20 de novembro e 18 de dezembro, paralelo a outras datas relevantes, como a Black Friday, que oficialmente ocorre no dia 25 deste mês, durante o verão brasileiro e pagamento de benefícios como o 13º salário.

Com isso, é esperado que os consumidores busquem por itens como televisores, itens esportivos e bebidasconforme aponta pesquisa da Méliuz.

De acordo com a pesquisa, mais de 60% pretende comprar televisão e 52,5% gostaria de comprar a camisa da seleção brasileira para curtir a Copa do Mundo. Outros itens de desejo são itens esportivos em geral (26,7%), bebidas (23,8%) e alimentos (17,8%).

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As expectativas em torno do campeoanto

Os analistas do Santander, Aline Cardoso, Ricardo Peretti e Alice Corrêa, que assinam relatório enviado a clientes, destacam que a mudança de programação deste ano causará uma sobreposição com eventos significativos, como Black Friday e Natal.

Dessa forma, a expectativa é de que, para varejistas e shopping centers, o efeito negativo de um menor fluxo de consumidores em dias de jogos possa ser reduzido devido à demanda reprimida causada por esses feriados.

Além disso, destacam que o evento leva, historicamente, a maiores vendas de eletrodomésticos durante as semanas que antecedem o evento.

“No entanto, outra singularidade deste ano é a proximidade do evento com a pandemia de covid-19. Os consumidores, diante do lockdown, optaram por comprar televisores antes do esperado no 2S20 e 1S21. Como o ciclo dos televisores dura cerca de dois anos, pensamos que é possível que muitos consumidores optem por não realizar novas compras desta vez”, dizem.

Por essas razões, os analistas afirmam que o evento deste ano envolverá uma mistura de fatores negativos e positivos, além de efeitos difíceis de prever.

Outro setor destacado pelos analistas é o de bebidas, que costuma ser impactado pela Copa do Mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de bebidas historicamente aumenta 2% nos anos em que o torneio acontece, fator positivo para empresas do setor, como a Ambev (ABEV3).

O relatório conclui que pode haver um efeito positivo no consumo, mas será difícil distinguir qual parte dele está diretamente relacionada ao campeonato e qual está associada à Black Friday e ao Natal.

Gastos com a Copa do Mundo

No relatório ‘Análise do Comportamento de Consumo’, apresentado trimestralmente pelo Itaú Unibanco, foi mapeado que os brasileiros gastaram mais nos últimos meses em itens relacionados à Copa do Mundo.

Segundo o levantamento, o Mundial de futebol movimentou as bancas de jornais, especialmente devido à compra de figurinhas.

No terceiro trimestre, o valor transacionado no ramo teve aumento de 99% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e de 73% na quantidade de transações.

Já setor de artigos esportivos, tradicionalmente impactado pela Copa, registrou acréscimo de 32% no valor transacionado e de 24% na quantidade de operações, impulsionado por compras nas empresas que vendem a camisa oficial da Seleção Brasileira.

No Catar

Em recorte específico sobre o país sede da Copa do Mundo, o estudo mapeou que o valor transacionado no destino, que já vinha subindo desde o início do ano, cresceu mais 40% em relação ao trimestre passado (segundo trimestre de 2022), enquanto a quantidade de operações aumentou 37%.

Os destaques são

  • agências de turismo: +72% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 17.825;
  • aluguel de automóveis: +183% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 1.593; e
  • atrações turísticas: + 22% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 402.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.