Copa do Mundo: Por que os seguros são importantes em grandes eventos
Os olhos de todo o mundo estão voltados para o Qatar, onde acontece ainda este mês a 22ª edição da Copa do Mundo. A maior competição de futebol do planeta movimenta bilhões de dólares. Em eventos deste porte, os seguros são imprescindíveis, pois dão suporte ao país-sede, aos organizadores, aos atletas e aos turistas.
Para quem não sabe, os seguros para a Copa do Mundo começam a ser tratados logo após a escolha do país-sede. Após definir o local onde será sediada a competição, a Fifa exige que o país cumpra uma série de requisitos, para que todos os investimentos propostos pelo país organizador sejam cumpridos. E, naturalmente, para que a própria entidade esteja protegida.
Segundo a empresa norte-americana de consultoria de finanças esportivas Front Office Sports, o Qatar investiu impressionantes US$ 220 bilhões para receber o Mundial, o equivalente a mais de R$ 1 trilhão! O valor é quase 20 vezes superior aos US$ 11,6 bilhões desembolsados pela Rússia para sediar o mundial de 2018.
Do total investido pelo país árabe, cerca de US$ 2,5 bilhões são gerados em prêmios no mercado de seguros corporativos. Boa parte fica no próprio país e um montante expressivo é migrado para o mercado de resseguros, localizados principalmente em Londres, Singapura e Bermudas.
Dentre os seguros que protegem o país-sede estão o Garantia, que assegura a entrega e pagamento das obras; Riscos de Engenharia, destinados cobrir o período de construção dos estádios; Infraestrutura, que assegura riscos nessas construções; e Patrimonial, oferecem cobertura após a obra ser finalizada.
Outro seguro importante em eventos como a Copa é o de Responsabilidade Civil, que protege todos os envolvidos no torneio. A modalidade cobre danos causados a todos os envolvidos, inclusive, cancelamento ou adiamento do evento. Outros seguros como, transporte de equipamentos, terrorismo, acidentes pessoais, vida e até mesmo as premiações também são contratados.
Além do país-sede, as confederações e federações de futebol que representam os países participantes do torneio também contratam seguros. Há, por exemplo, seguro para o afastamento temporário do jogador lesionado durante o evento.
Ou seja, caso o atleta se machuque durante a competição, o seguro protege o clube com o qual o atleta é vinculado, arcando com todas as despesas médicas e remuneração do jogador pelo período que ficar afastado. E mais. Ele garante indenização ao clube caso aconteça uma lesão permanente ou a morte do jogador.
Copa do Mundo e seguros: As Seleções que valem bilhões de dólares
Seleções como a do Brasil valem bilhões de dólares e não ter um seguro para um atleta disputar o Mundial pode levar à quebra da federação. Basta imaginar o que aconteceria com a CBF caso acontecesse um acidente parecido com o da Chapecoense, que vitimou dezenas de atletas, membros da comissão técnica e dirigentes, anos atrás.
Já imaginou o custo de uma indenização para os clubes de Neymar, Vinicius Junior ou Casemiro? O valor seria praticamente impagável! Por isso, há necessidade de um excelente seguro, com resseguradores sólidos, sérios e com experiência no mercado.
Para muitas pessoas, seguros como esses podem parecer desnecessários. No entanto, alguns episódios trágicos justificam a preocupação, como o atentado terrorista nas Olimpíadas de Munique, ou o acidente com guindaste no estádio de abertura da Copa de 2014, meses antes do evento e que quase provocou o adiamento da abertura.
Mais do que uma competição entre nações, a Copa do Mundo é um grande negócio. Portanto, como todo grande negócio, é fundamental contar com seguros bem desenhados, com grandes limites, capacidades e cláusulas que protegem todos os atores envolvidos na competição, desde o país-sede e a Fifa, até público ou os atletas, que são as estrelas do espetáculo.
A Copa do Mundo ou qualquer outro evento esportivo de grande porte é inviável sem o suporte de seguros corporativos. Com alto grau de complexidade, coberturas específicas e o apoio de consultoria especializada para construir uma excelente estrutura de apólices, asseguram que eventos desse porte aconteçam de maneira segura.
*Colaborou Anderson Romani, Partner Diretor Executivo na Wiz Corporate
Heverton Peixoto é graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por 4 anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e 1 ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.