Copa do Mundo

Copa do Mundo inflacionada: Itens do “kit torcedor” do Brasil dobram de preço

26 ago 2022, 12:53 - atualizado em 26 ago 2022, 12:53
Copa do Mundo 2022 Brasil
Em 2022, itens do “kit torcedor” do Brasil custam até o dobro (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

Em 2022, torcer para a Seleção brasileira na Copa do Mundo vai ser mais difícil. Dentro de campo, a luta é para conquistar o hexacampeonato e, fora dele, para comprar os tradicionais itens da torcida.

Ser fã está custando mais caro. Nem o tradicional álbum de figurinhas escapou dos aumentos nos preços. Além do próprio livro ilustrativo mais caro, os pacotes de figurinhas com cinco unidades, estão custando R$ 4, o dobro dos R$ 2 na última edição do torneio, em 2018.

Mas antes fosse só o álbum. Em um levantamento feito pela XP, os itens mais consumidos durante a Copa, reunidos no chamado “kit torcedor”, chegaram a registrar altas de até 100% desde a última edição, há quatro anos.

Inflação Itens Copa do Mundo
(Imagem: Reprodução/XP)

Artigos como cerveja, carnes e televisores, que têm alta na demanda devido à competição, registram inflação de dois dígitos desde 2018.

Os aumentos para o álbum da Copa do Mundo

Álbum Copa do Mundo
Álbum Copa do Mundo de 2022: veja quanto vai custar (Imagem: Reprodução Facebook/Panini)

Caso queira participar da tradição de trocar figurinhas, saiba que os preços podem assustar: o álbum oficial (versão tradicional) subiu 16,5% em relação à última Copa, enquanto o pacote com cinco figurinhas dobrou de preço.

Para completar o artigo, será necessário investir pelo menos R$ 548 para comprar um livro da versão tradicional (R$ 12) e 134 pacotinhos (R$ 536, com cada cromo avaliado em R$ 0,80). Isso se tiver sorte e conseguir trocar todos os adesivos repetidos.

A estimativa é de que o colecionador mais sortudo deva gastar R$ 2.168 para completar o álbum e o mais azarado R$ 9.560, com base em uma simulação de 100 mil casos.

TV nova para o título ficou mais cara

Se, como a maioria, você não for até Catar em novembro para assistir aos jogos, a televisão te transportará até lá. São poucos os que ainda acompanham pelo rádio ou assistem na tela pequena do celular.

Mas, antes de trocar a TV por um modelo maior ou melhor, saiba que o brasileiro deve desembolsar em média 17% mais do que em 2018 pelo aparelho.

Um fato curioso que a XP ressalta em seu levantamento é que este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006, por conta dos ganhos de produtividade e a mudança rápida da tecnologia.

Com os efeitos da pandemia da Covid-19, o aumento na demanda e o impacto pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir.

Churrasco só na final

O tradicional churrasco também pode ir para a brasa. Este ano, o brasileiro vai desembolsar em média 80% mais para comprar a carne, 18% para cerveja e 24% para o refrigerante e a água.

A alta do primeiro item está associada a maior demanda global, elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens com a crise hídrica de 2020/21, como aponta o levantamento.

Cerveja e refrigerante, em paralelo, tiveram alta relevante de custos (especialmente de embalagens, com cotação em dólares).

O bar também ficou mais caro para o torcedor

Se você é da turma dos que gostam de acompanhar os jogos fora de casa, em um bar, por exemplo, também verá aumentos.

No bar, você deve gastar cerca de 15% mais para comprar a cerveja e 20% mais para água e refrigerante.

A inflação é levemente menor em comparação à compra no supermercado, mas vale lembrar que, na média, consumir fora do domicílio é 15% mais caro.

Vestindo ou não a camisa

Se é do tipo de torcedor que não deixa de vestir a camisa e assistir aos jogos devidamente uniformizado, prepare-se: para adquirir uma camisa oficial da Seleção Brasileira, você vai desembolsar R$ 349,99 (conforme o valor do site oficial da Nike).

O valor está 40% maior que o preço pago em 2018, e bem acima da inflação acumulada no período (26,8%).

O levantamento da XP destaca que o setor de vestuário vem batendo seus recordes para variação em 12 meses – a maior desde 1995, em meio ao Plano Real – e chegou a alcançar 16,66% em julho.

Isso se deve a dois fatores: desajustes nas cadeias que fornecem matéria-prima para o setor, forçando o repasse do aumento de custos para os consumidores, e a retomada do consumo com a reabertura da economia.

Além disso, o aumento e a volatilidade do câmbio também têm parte nisso, dado que o produto é tabelado (tem o mesmo valor em dólares para todo o mundo).

Preço itens Copa do Mundo
(Imagem: Reprodução/XP)

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