Copa do Mundo ainda não mobilizou pequenos negócios, aponta levantamento do Sebrae
A proximidade da Copa do Mundo de futebol ainda não foi suficiente para deixar o mercado aquecido, de acordo com a pesquisa realizada pelo Sebrae. Realizado entre os dias 26 de agosto e 11 de setembro, o levantamento ouviu 6.028 empreendedores de todo o Brasil.
Os dados mostram que 63% das empresas ainda não estão se preparando para o evento, enquanto apenas 37% já buscam elaborar e desenvolver produtos ou serviços que atendam a esse público.
A sondagem mostra que, no momento, 20% dos empreendedores em nível nacional acreditam que a Copa do Mundo vai ajudar no aumento do faturamento da empresa; 44% estão indecisos e acreditam que o faturamento não vai aumentar e nem diminuir; 13% consideram que haverá diminuição das vendas e 24% não souberam responder.
Economia
Entre os principais motivos para o comportamento dos empreendedores em relação à Copa do Mundo está a crise econômico-financeira que ficou ainda maior com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), disse quarta-feira (26) a analista da Coordenação de Comércio e Serviços e gestora de Projetos de Varejo do Sebrae, Poliana Valente.
Os pequenos negócios estão muito naquele processo de ressurgir, de ganhar fôlego, de tentar resgatar e recuperar não só a lucratividade, mas até mercado, aumento de vendas. Eles estão muito focados agora, na verdade, no pós-pandemia, para sobreviver, disse.
Por outro lado o que desmotiva alguns empreendedores é o fato que a Copa do Mundo acontece em um período diferente do habitual, onde a grande parte dos comerciantes já estão focados nas festas de final de ano.
Culturalmente as pessoas estão acostumadas a ver esse evento que ocorre a cada 4 anos, no meio do ano.
Final de Ano
Com a chegada do final de ano, o varejo tem eventos importantes tais quais como Natal e Black friday, que são datas onde o comércio entende como mais significativas para o consumo de bens e serviços.
Esses eventos para os pequenos negócios estão muito mais voltados a estratégias de produtos e marketing e ajustes de seus pontos de vendas, para essas datas que são mais seguras, fazem parte do calendário anual e são importantes para aquecer as vendas.
A Copa acabou competindo com essas datas, que são mais confiáveis e seguras para os empreendedores apostarem, e que cada data dessas necessita de estratégias, planejamento e divulgações diferentes. “Isso tudo demanda tempo, recursos. Então, os empresários estão muito mais com esse olhar para as campanhas que são mais seguras, principalmente nesse período de resgate dos negócios no pós-pandemia”.
Com boa divulgação de seus negócios, a gestora do Sebrae acredita que os varejistas poderão conseguir potencializar a venda e engajar mais esses consumidores, mesmo para a Copa do Mundo. “Não há razão para perderem a esperança, mas devem avaliar qual seria o melhor tipo de estratégia. Porque, na minha percepção, quando a gente entrar em novembro, as pessoas estarão mais nessa energia da Copa”.
Pequenos Empresários
A visão de fim de ano dos pequenos empresários é um pouco mais animadora. De acordo com a pesquisa nacional, 26% dos entrevistados acreditam que os desafios que surgiram no caminho provocaram mudanças valiosas para o seu negócio; 22% estão animados com as novas oportunidades; e 11% pensam que o pior já passou.
Poliana Valente lembra que o Brasil ainda enfrenta um processo de crise, de inflação alta e desemprego elevado, que gera queda no poder de compra dos consumidores, com direcionamento para aquisição de itens mais básicos.
Se a diminuição de preços não é possível para o pequeno empreendedor, a analista do Sebrae sugeriu que outros meios podem ser acessados para cativar o público, como brindes, atendimento diferenciado, às vezes, inclusive, por meio da colaboração entre produtos, serviços e empresas, onde o comprador perceba um valor maior agregado.
Black friday
Segundo Poliana, no Black Friday há a percepção de que o consumidor pode comprar coisas que está precisando a um preço mais convidativo.
Já o Natal tem toda uma questão afetiva, de estar em família, de presentar, independente de o produto desejado estar um pouco mais caro naquele momento.
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