Cooperativas de PE geraram recorde de ICMS e empregos antes do etanol perder competitividade
A importância de se manter a competitividade do etanol, perdida desde a isenção de taxas federais em julho de 2022, está nos números de geração de receita gerada aos cofres estaduais e na criação de postos de trabalho no estado de Pernambuco pelas cooperativas locais.
Enquanto a safra atual, que caminha para o fim, sairá com bem menos etanol hidratado – e apenas um pouco mais de anidro (misturado à gasolina) -, no ciclo passado as três unidades cooperativistas renderam R$ 107 milhões de ICMS só com o biocombustível.
Coaf (produzirá 35 milhões de litros a menos de hidratado), Agrocan e Coafsul (a mais nova), todas formadas sobre tradicionais usinas falidas, também criaram 37 mil empregos diretos e indiretos, contabilizando as lavouras dos cooperados e as indústrias.
Mesmo com o benefício dado pelo governo pernambucano às cooperativas de pagamento de taxas de 6,5% sobre o etanol, ainda assim os números impressionam, explica Alexandre Lima, presidente da Coaf, da Zona da Mata Norte, e presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP).
O etanol vinha sendo mais vantajoso não apenas pela demanda, mas porque também a produção de açúcar há muito deixou de ser relevante para a maioria das empresas, porque além da maior concorrência e uma taxa de consumo local inelástica, as exportações seriam vantajosas se houvesse uma cota maior preferencial para os Estados Unidos.
Desse modo, a safra atual, que anda meio atrasada pelo excesso de chuvas, de acordo com Lima, só a Coaf previa vai produzir apenas 5 milhões de litros de hidratado, 15 milhões/l de anidro, e o açúcar saltará de 17,1 mil toneladas para 54,5 mil toneladas.
Para a Coaf dar conta de uma boa safra de cana – 900 mil/t – não teve jeito a não ser produzir mais adoçante, bem como cerca de 30 milhões/l de cachaça.