Conversas entre Brasil e Estados Unidos sobre tarifaço de Trump estão em curso, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira (10) que as conversas entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos (EUA) sobre as tarifas aplicadas pelo presidente Donald Trump estão em curso.
“O que o presidente [Lula] está recomendando é muita prudência. Os canais diplomáticos estão abertos e as conversas com o governo dos Estados Unidos estão acontecendo, sobretudo com o secretário que cuida do comércio exterior. Isso está em curso”, disse Haddad.
Questionado sobre o impacto das tarifas de Trump na economia brasileira, Haddad disse que ainda não é possível fazer uma avaliação criteriosa.
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“Como as coisas mudam a cada 24 horas no plano internacional, não há uma diretriz clara e as pessoas estão com muita insegurança sobre o que está acontecendo com o governo dos Estados Unidos, não é possível nesses poucos dias transcorridos de fazer uma avaliação criteriosa”, afirmou.
O ministro reforçou que a América do Sul recebeu “um tratamento diferenciado” no tarifaço anunciado na semana passada, com taxas menores do que demais países. No entanto, destacou que, o cenário mudou e, agora, a taxa mais alta vale apenas para a China.
“Nós temos que aguardar um posicionamento final para saber como proceder”, ponderou.
‘Nossos canais estão abertos’
Haddad afirmou que o Brasil está aumentando o comércio exterior com todos os três grandes blocos comerciais do mundo — EUA, China e União Europeia.
“Nós estamos ampliando os mercados abertos para os produtos brasileiros desde o primeiro dia do governo do presidente Lula e isso não vale só para commodities, vale para outros bens e serviços”, disse.
O ministro comentou ainda que, na véspera do anúncio do tarifaço do Trump, teve uma conversa com o ministro das Finanças da França. Além disso, ele foi convidado para falar com o governo da Alemanha, a fim de ampliar a aproximação com a Europa.
“Os nossos canais estão abertos e nós sempre deixamos claro para o governo dos Estados Unidos que o Brasil não pode se ver, pela sua dimensão, como um anexo de um dos três blocos. Nós temos comércio crescente com os três blocos econômicos”, afirmou.
Haddad disse ainda que o Brasil preza pela política do multilateralismo. “Esse tem sido o mantra do presidente Lula, investir no multilateralismo.”