Controlador coreano decide não vender brasileira CJ Selecta, diz Reuters
O conglomerado sul-coreano CJ CheilJedang decidiu não vender a esmagadora brasileira de soja CJ Selecta após quase um ano de negociações com interessados, segundo duas fontes com conhecimento do assunto.
O ativo atraiu forte interesse de comerciantes globais de grãos em um momento em que as margens de processamento de soja do Brasil melhoraram significativamente.
As multinacionais Bunge e a Cargill participaram das negociações até a fase final do processo, disseram as fontes sob condição de anonimato porque as conversas não foram públicas.
A compra da CJ Selecta, maior produtora mundial de proteína concentrada de soja (SPC), um ingrediente usado na ração animal, ajudaria as empresas de grãos que fazem negócios no Brasil a adicionar produtos com margens mais altas ao seu portfólio.
A decisão da CJ de não vender foi comunicada internamente aos funcionários da CJ Selecta em 12 de julho, disse uma das fontes.
A empresa tem tido bons resultados em um momento de escassa oferta global de grãos e altos preços das commodities.
“Não era uma questão de dinheiro”, disse uma segunda fonte informada sobre o assunto.
Os coreanos receberam ofertas, incluindo uma de cerca de 600 milhões de dólares, disse a primeira fonte, mas decidiram manter o controle dos ativos.
A CJ e a Cargill não responderam imediatamente a um pedido de comentário. A Bunge não quis comentar.
Em 2017, a CJ CheilJedang adquiriu uma participação de 90% na processadora de soja brasileira por 360 bilhões de won (276,30 milhões de dólares).
A CJ Selecta pertence a uma unidade da CJ CheilJedang chamada CJ Bio Division. Além do SPC de alto valor agregado, a companhia também produz óleo de soja, fertilizante orgânico e etanol em Minas Gerais.
Em um comunicado de 26 de abril, a CJ CheilJedang disse que estava revisando várias opções estratégicas para a CJ Selecta, sem dar detalhes.
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