Contratos futuros de suínos estreiam com queda de mais de 12% na China
Os contratos futuros de suínos vivos negociados na China despencaram em sua estreia na bolsa de commodities de Dalian, com analistas atribuindo o “sell-off” ao patamar elevado de precificação e às expectativas de aumento de ofertas.
O primeiro contrato, para setembro, fechou em queda de 12,6% nesta sexta-feira, a 28.290 iuanes (4.376,95 dólares) por tonelada, ante precificação inicial de 30.690 iuanes.
O volume de negócios atingiu 91.056 lotes, contra 1,4 milhão de lotes do contrato mais ativo do farelo de soja, um importante ingrediente de ração animal, negociado em Dalian.
Como comparação, os preços dos suínos no mercado físico (“spot”) em Shandong, grande região produtora, alcançaram 35,8 iuanes por quilo na quinta-feira.
A China, maior produtora e consumidora de carne de porco do mundo, é o segundo mercado global a negociar futuros de suínos vivos, após os Estados Unidos. Este é, também, o primeiro contrato com entrega física de animais vivos no país.
“O ciclo da carne suína deve cair com o aumento das ofertas”, disse Wang Dan, economista-chefe do Hang Seng Bank China, referindo-se ao movimento cíclico dos preços da proteína com base na produção.
O lançamento dos contratos futuros de suínos vivos, que passaram uma década sendo desenvolvidos, ocorre em um momento crucial para a indústria da China, que possui um grande apetite pela proteína.
Os enormes rebanhos do país foram dizimados após uma epidemia de peste suína africana matar milhões de animais desde 2018, interrompendo as ofertas e levando os preços a máximas recordes.