Contração da indústria se acentua no Brasil em janeiro com encomendas e produção menores
A retração da indústria brasileira se acentuou em janeiro, e o setor iniciou 2022 com novas encomendas e produção nas quedas mais fortes em quase dois anos, além de cortes de empregos, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da IHS Markit.
Em janeiro, o índice caiu a 47,8, depois de ter marcado 49,8 em dezembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira, indo ainda mais abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração. Essa é a leitura mais fraca desde maio de 2020 (38,3).
“O ambiente econômico difícil para a indústria brasileira nos últimos meses foi intensificado pela escalada da pandemia”, destacou a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.
As tendências foram divergentes entre os subsetores. Os produtores de bens de consumo e intermediários apresentaram contração, enquanto os fabricantes de bens de capital tiveram crescimento.
As perdas aconteceram em meio a elevadas pressões de preços, poder de compra limitado entre os consumidores e a nova onda da Covid-19, marcada pela variante Ômicron.
Diante desse cenário, os empresários registraram em janeiro redução dos volumes de produção e o quarto mês consecutivo de queda nos novos negócios, com ambos no ritmo mais intenso de contração desde maio de 2020.
A queda nas vendas, medidas de cortes de custos e a piora da pandemia levaram a uma redução de empregos em janeiro, a primeira em dez meses e a mais intensa desde meados de 2020.
As empresas relataram ainda que a escassez de matérias-primas, a disponibilidade restrita de frete e a fraqueza cambial continuaram a elevar os custos. Mas mesmo assim a inflação de insumos foi a uma mínima de 19 meses em janeiro.
Da mesma maneira, os custos nos portões das fábricas subiram no ritmo mais lento desde junho de 2020, embora a taxas ainda acima das vistas antes do início da pandemia.
Apesar da retração mais forte da produção, a confiança do empresariado industrial aumentou para máxima em sete meses, com esperanças de que a nova onda do coronavírus recue em breve, bem como previsões de retomada no setor automotivo e de melhora nas condições da demanda.