Contra pressão das origens produtoras, petróleo será contrapeso para tombos do açúcar
Ontem, a alta no petróleo não funcionou como tração ao açúcar. Nesta terça (4), com o barril tendo passado dos US$ 80, também não. O adoçante está na rota de fechar em recuo, ainda que moderado, em torno dos 18,75 centavos de dólar por libra-peso.
Mas ainda o ativo, em Londres, se confirmar tendência de alta, deverá ser o vetor a manter a commodity derivada da cana-de-açúcar mais próxima dos 19 do que dos 18 c/lp em Nova York, contra a pressão baixista vinda das principais origens, Brasil e Índia.
Os participantes dos mercados futuros enxergam a alta do óleo dando força ao etanol no Brasil e desviando produção de açúcar, ainda que a safra só vá começar em três meses.
Essa é a opinião de Maurício Muruci, analista de sucroenergia da Safras & Mercado.
Contra o adoçante voltou a influir a boa safra indiana, segundo maior produtor mundial, que atingiu mais de 11,5 milhões de toneladas no 1º trimestre da safra 21/22, em crescimento de 4,3%, de acordo com dados das indústrias locais.
E mantém a tendência de exportar de 7 milhões/t.
Em paralelo, as chuvas de dias e ainda estacionada em Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, e especialmente São Paulo, a base concentradora da produção, estão garantindo a recuperação parcial prevista para os canaviais.
Muruci, que previa safra de 540 milhões/t de cana, agora revisou para 560 milhões, contra 606 milhões do ciclo anterior, 20/21.