Política

Contingenciamento será do tamanho necessário para cumprir o arcabouço, diz Haddad

01 jul 2024, 20:19 - atualizado em 01 jul 2024, 20:19
Haddad disse que tem discutido frequentemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os gastos do governo federal. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o contingenciamento de gastos estudado pelo governo será do tamanho necessário para cumprir o arcabouço fiscal, mas não detalhou cortes ou medidas específicas.

“Temos um arcabouço fiscal que tem que ser cumprido. Então, ele (contingenciamento) vai ser do tamanho necessário para que nossas metas sejam atingidas, tanto do ponto de vista da despesa, que tem um teto, quanto do ponto de vista da receita, para que nós nos aproximemos, dentro da banda, da meta de 2024. É o nosso esforço”, disse em entrevista a jornalistas na saída do ministério.

Haddad disse que tem discutido frequentemente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os gastos do governo federal, e reiterou que o arcabouço não pode ser descumprido, mas disse estar otimista com os resultados do governo neste semestre, apesar de revezes.

O ministro não detalhou medidas ou propostas específicas para conter os gastos, mas afirmou que, até o momento, o prognóstico para o Orçamento de 2025 é positivo.

Questionado sobre a recente alta do dólar, que ultrapassou a barreira dos 5,65 reais nesta segunda-feira e encerrou a sessão em alta de 1,13%, cotado a 5,6538 reais na venda, o maior nível em dois anos e meio, Haddad reconheceu que houve uma desvalorização do real maior do que pares próximos, como Colômbia, Chile e México.

Ele atribuiu o movimento, em parte, a uma série de “ruídos” e disse ser necessário melhorar a forma como o governo comunica os resultados econômicos positivos que o país tem registrado e afirmou quem tem tentado realizar essa mudança de comunicação.

Questionado sobre uma possível necessidade de intervenção na moeda por parte do Banco Central, Haddad disse que não é parte do mandato da Fazenda discutir o tema, mas que acredita que o dólar deve se acomodar no futuro.

“Esse assunto é do Banco Central, não é assunto da Fazenda. Eles lá que sabem quando e como fazer. Então é um assunto que cabe a eles decidir. Sempre é possível, porque está na governança do Banco Central agir quando necessário… Mas eu creio que (o dólar) vai acomodar, porque a hora que esses processos se desdobrarem, isso tende a se reverter, na minha opinião”, afirmou.