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Tudo que você precisa saber sobre a atualização da rede Cardano: conheça o Hard Fork Alonzo

19 out 2021, 12:00 - atualizado em 18 out 2021, 17:32
Cardano ADA
(Imagem: Unsplash/Michael Förtsch)

Pode-se argumentar que uma das maiores belezas do mundo das criptomoedas é a liberdade. Embutida em todos os seus processos, investidores, programadores e a comunidade em geral sabem que têm controle total sobre seu próprio dinheiro.

Isso porque as atualizações, alterações e mudanças são geralmente implementadas na base do diálogo. Não existe nenhum órgão central que dite o que vai ou não acontecer com esses ativos – método que chamamos de descentralizado -, portanto, qualquer decisão é tomada de maneira bastante democrática. 

Além disso, é importante lembrar que as criptomoedas nada mais são do que uma tecnologia. Tal qual as atualizações de software no Iphone – chamado iOS -, por exemplo, melhorias precisam ser implementadas de tempos em tempos para que o aparelho acompanhe as novidades e resolva as dores dos usuários. Com as criptomoedas, não seria diferente: upgrades esporádicos fazem com que as transações e serviços se tornem mais eficientes, seguros e rápidos.  

Nesse contexto, um mecanismo fundamental para implementar melhorias e incentivar o diálogo são os hard forks

Hard Forks e Cardano: um breve contexto

Chamados também de bifurcações de rede, eles são uma mudança no software de uma criptomoeda. Um fork cria duas versões diferentes de sua blockchain e acontece quando há discordância sobre o seu consenso ou uma mudança nas regras do protocolo. 

Existem dois tipos de forks. Os soft forks acontecem quando uma bifurcação é compatível com seu protocolo anterior. Ou seja, quem não fizer as atualizações poderá continuar utilizando o sistema. Isso acontece quando existem pequenos problemas que a comunidade aceita corrigir.

Já nos hard forks acontece o oposto: tudo deve ser atualizado, já que a nova versão não será compatível com as versões anteriores.

Eles geralmente acontecem por causa de uma discordância entre os desenvolvedores em relação ao futuro de um projeto, a tecnologia que será usada e até por ideologias conflitantes. Também pode ser usado em casos de correção de uma grande falha, que não pode ser solucionada apenas com o soft fork.

Inclusive, um hard fork está acontecendo neste exato momento na blockchain Cardano, rede criada em 2017 pelo cofundador da Ethereum e matemático Charles Hoskinson.

O projeto sempre teve seus objetivos bem estabelecidos desde o começo, entrando em concorrência direta com a rede Ethereum. Isso porque a Cardano é uma alternativa mais eficiente e escalável para a execução de contratos inteligentes e projetos DeFi.

Esse ano, a rede está passando por algumas atualizações, das quais falaremos a seguir.

Do que se trata e qual a agenda de implementação do Hard Fork Alanzo

Essa atualização está sendo chamada de Hard Fork Alanzo em homenagem ao matemático Alonzo Church (1903–95), que trouxe contribuições importantes ao ramo da informática. 

O objetivo do hard fork é instalar uma plataforma de contratos inteligentes denominada Plutus. Contratos inteligentes na Cardano possibilitam que qualquer desenvolvedor independente lance projetos de dApps (aplicativos descentralizados).

O uso do Plutus ao desenvolver contratos inteligentes dará à lógica de futuras aplicações descentralizadas maior nível de rigor e segurança. As finanças descentralizadas clamam por isso: uma estimativa da plataforma Messari afirma que, desde 2019, mais de US$ 284 milhões foram perdidos para hackers em projetos DeFi. 

Agenda de implementação

De acordo com a Cardano 360, a implementação do hardfork teria início em maio, e seria dividida em três etapas maiores – Alonzo Blue, White and Purple – e duas menores que vêm após a última – Alonzo Red e Black. Falaremos mais sobre elas a seguir:

  • Maio/Junho—  Alonzo Blue: smart contracts simples estão passando por testes com os integrantes do programa Plutus Pioneers nesta fase. Erros simples de invalidação e outros tipos foram encontrados e ajustados. 
  • Julho—  Alonzo White: esta fase adiciona mais funcionalidades e uma gama mais ampla de participantes para a Alonzo Blue. Além disso, dApps demo serão disponibilizados para um público maior, bem como back-end de carteiras e outras funções centrais.
  • Agosto— Alonzo Purple: essa fase tornou a rede de testes totalmente pública e embarcou milhares de participantes. Ela foi dividida em duas outras fases, “light purple” e “dark purple”. A primeira permitirá smart contracts simples, enquanto a outra permitirá smart contracts mais complexos.
  • Setembro— Alonzo Red, Black, Staging & Mainnet: essa etapa é a que vivemos hoje. As últimas fases serão destinadas para consertos e ajustes finais, e concluirão o lançamento.

Impactos da atualização

A primeira e talvez mais marcante consequência da aproximação do Alonzo foi a subida do preço do ADA, o token nativo da Cardano. O ADA já se encontra entre as 10 criptomoedas com maior capitalização de mercado do mundo, na terceira posição. Observe a evolução do preço da criptomoeda em um ano:

Preço da criptomoeda ADA, toke nativo da rede Cardano, ao longo de 2021. (Fonte: Coin Gecko)

Em outras palavras, ao auxiliar na segurança e eficiência da blockchain, o Hard Fork acaba atraindo novos investidores e causando uma valorização de seu token nativo. Vimos isto no caso do London Fork, na rede Ethereum, em que o Ether disparou 10% às vésperas da atualização, entre tantos outros. 

Para os investidores curiosos em adentrar esse mundo, ficar de olho nas atualizações é importante, pois elas podem indicar bons pontos de entrada.

Como aproveitar o hard fork?

Uma dúvida que pode ter surgido ao longo da leitura: como aproveitar essas altas? O primeiro passo, claro, é encontrar uma plataforma que não complique mais ainda sua vida e que permita com que você negocie seus ativos de escolha de modo simples, rápido e prático.

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