Tesouro Direto: a melhor estratégia de investimentos no cenário de juros baixos
A taxa de juros caiu exatamente como o mercado esperava: de 8,25% para 7,5% ao ano. E mais do que isso, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central demonstrou que a próxima queda deve ser de 50 pontos, ou seja, a Selic pode chegar a 7% ainda em 2017. Há estudos no mercado que calculam que um fluxo de R$ 144 bilhões deve migrar da Renda Fixa para a Bolsa. Mas será que, com a Selic em queda, a renda fixa deixa de ser uma opção de investimento?
Engana-se quem pensa que o Tesouro Direto vai morrer com a queda dos juros. De acordo com Marília Fontes, especialista em renda fixa da Empiricus, por mais que o investidor aumente a parcela de alocação na Bolsa, ele nunca colocará tudo em renda variável. “Em um dia ruim, se, por exemplo, o Brasil entrar em crise ou estourar uma guerra lá fora, a Bolsa pode cair 40% como caiu na crise de 2008”, ressalta. Por isso, até quem tem um perfil mais arrojado não investe 100% em Bolsa.
Com a queda mais acentuada dos juros, o que se espera é que os investidores aumentem suas exposições à Bolsa. Por exemplo, se o investidor tem 10% alocados em ações, deve passar a ter 40%. Mesmo que isso aconteça, ainda sobram 60% dos investimentos, que devem continuar no Tesouro Direto. Mas, claro, é preciso escolher a melhor estratégia, porque cada título se comporta de maneira diferente. “Sempre teremos que pesquisar a melhor estratégia para investir em renda fixa, independentemente de ações serem uma alternativa ou não”, alerta Marília.
Melhor estratégia de investimento em renda fixa
Renda fixa é tudo aquilo que representa uma dívida. Quando o investidor compra um título do Tesouro Direto, na verdade está emprestando dinheiro para o governo. Quando compra um CDB (Certificado de Depósito Bancário), está emprestando para o banco. E, quando compra uma debênture, está emprestando dinheiro para uma empresa.
No cenário atual, quando os juros estão muito baixos, a melhor estratégia, de acordo com a Marília, é se manter nos títulos pós-fixados. Assim, se os juros voltarem a subir, seja por causa de uma crise ou dos resultados das eleições para presidente da República em 2018, o investidor aproveitará a subida. “Se for eleito um presidente populista ou não reformista, que não queira equilibrar as contas públicas, os juros vão voltar a subir e subirá rápido”, destaca a analista ao lembrar que o mercado aguarda a votação da reforma da Previdência.
Como funcionam as debêntures?
Outra alternativa de renda fixa para época de juros baixos são as debêntures – títulos de dívida emitidos por empresas. “As debêntures rendem um spread em cima da rentabilidade dos títulos do governo, então o investidor consegue ter rentabilidade de dois dígitos mesmo em época de juros de um dígito”, revela Marília.
As debêntures também são marcadas a mercado, o que significa que se uma empresa paga suas dívidas esse spread que ela paga em cima dos juros se comprime, o que causa uma valorização do papel.
Porém, é fundamental destacar que antes de escolher uma debênture, ou qualquer título privado, é preciso investigar a saúde financeira da companhia, bem como sua capacidade de pagamento, fluxo de caixa, indicadores de gestão, entre outros indicadores para diminuir os riscos de perda ou calote.
Mas fique atento, pois algumas corretoras oferecem debêntures com boa rentabilidade e altíssimo risco. “Acaba não compensando. Não pode comprar dívida de qualquer empresa. É preciso uma análise de crédito. Só compensa quando a rentabilidade também for altíssima”, alerta nossa analista.
As debêntures não têm liquidez como os títulos públicos. Para vendê-las, é preciso encontrar um comprador. Dependendo da debênture, pode ser muito fácil ou muito difícil. Já no Tesouro Direto, por exemplo, o investidor pode vender os títulos todos os dias úteis, porque o Tesouro Nacional garante a recompra a preço justo de mercado. A dica para investir em debênture, então, é que o investidor use um dinheiro que não vá precisar por um período de, pelo menos, seis meses a um ano.
Diversificação
Para também não ficar com 60% do patrimônio apenas em títulos públicos, é possível diversificar a carteira dentro da própria renda fixa, incluindo os títulos privados. Alguns têm rentabilidade superior à dos títulos públicos.
“É o que fazemos aqui no Empiricus Renda Fixa. Estamos mais nos pós-fixados, mas pegamos um monte de créditos que rendem muito mais que os títulos públicos do governo e temos uma performance superior. Muitas vezes, tão agressiva quanto a Bolsa”, revela Marília.
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