S&P eleva nota de crédito do Brasil e analista comenta: ‘é uma boa sinalização’; veja como isso afeta seus investimentos
A agência de classificação de risco S&P Global Ratings anunciou a elevação da nota de crédito do Brasil de BB- para BB nesta terça-feira (19).
Quanto maior a classificação na escala da agência, mais confiável é considerado o país no que diz respeito ao pagamento de dívidas internacionais.
A posição BB se enquadra nas classificações de “grau especulativo”, o que indica que a condição financeira do país ainda é incerta.
Mas a elevação da nota de crédito aproxima o Brasil do nível mínimo para ser considerado novamente “grau de investimento” – ou seja, confiável perante o setor financeiro internacional.
Segundo a S&P, um importante gatilho para a elevação da classificação do país foi a aprovação da Reforma Tributária.
Segundo Matheus Spiess, analista de ações da Empiricus Research, a elevação é um indicador de lagging – ou seja, não conta nenhuma novidade, apenas segue uma tendência que já vinha sendo observada.
Spiess afirma ainda que a decisão do S&P não se justifica unicamente pela Reforma Tributária.
Em entrevista ao programa Giro do Mercado, Matheus explicou que a Reforma Tributária é apenas o desdobramento mais recente de uma série de reformas estruturais que contribuíram para a melhora da saúde financeira do país. Nas palavras do analista:
“A S&P pode ter dado como justificativa a reforma tributária, mas nós sabemos que isso nada mais é do que uma sinalização de todas as reformas que vinham sendo feitas ao longo dos últimos 7 anos, principalmente depois do governo Temer. (…) Com a reforma tributária, a gente sacramenta mais uma página disso.”
Com isso, a elevação da nota de crédito do Brasil acaba servindo para ratificar um movimento anterior, que já vinha se delineando há anos.
Mas então, isso quer dizer que a decisão do S&P não tem nenhuma consequência prática no mercado brasileiro?
Muito pelo contrário. Matheus Spiess considera a elevação do rating do país uma sinalização positiva – que pode inclusive reverberar no bolso dos investidores brasileiros.
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O investidor estrangeiro está ‘de olho’ na classificação do Brasil
Segundo o analista, a parte mais interessante dessa história é que a elevação da nota de crédito do país serve para validar o Brasil aos olhos dos investidores estrangeiros.
Então, é de se esperar que a bolsa brasileira presencie um aumento do fluxo de capital estrangeiro daqui para frente. Nas palavras de Matheus Spiess:
‘1“É um sinal de que o investidor estrangeiro pode ver o Brasil de outra maneira. Por mais que nós saibamos que seja lagging [confirmação de tendências de mercado], o investidor estrangeiro, em especial os mais passivos, veem esse tipo de nivelamento como uma boa sinalização. Acaba sendo mais um vetor positivo que possa, por ventura atrair investidores estrangeiros para o Brasil.”
Isso, é claro, é uma boa notícia para os ativos locais, que costumam valorizar em cenários de entrada de capital estrangeiro.
Inclusive, o otimismo já está tomando conta do mercado brasileiro. O principal índice da bolsa, o Ibovespa, disparou em novembro, valorizando 12,54% no mês – o melhor retorno mensal do índice em 3 anos.
A questão é que estamos passando por um cenário promissor em vários sentidos. Antes do ajuste do rating do Brasil, a queda da Selic e a expectativa de juros menores nos Estados Unidos já vinham movendo os ativos por aqui.
Com tantos pontos a favor, podemos esperar performances cada vez melhores para os ativos da bolsa brasileira.
Ou seja, esse é o momento de se posicionar para buscar lucro com as valorizações que estão a caminho.
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E por mais que resultados passados não sejam garantia de lucros futuros, considerando que o bom momento da bolsa brasileira ainda está no começo, dá para imaginar o potencial desse papel, não acha?
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