Reforma do IR é ruim, mas investidor deve pensar antes de tomar decisões: veja a análise de Felipe Miranda sobre proposta de Paulo Guedes
A grande notícia na semana passada para o mercado foi a apresentação da nova fatia da Reforma Tributária proposta pelo governo ao Congresso Nacional. O texto, que trata de mudanças no Imposto de Renda, foi o principal assunto da live semanal do analista Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus, que todos os domingos promove um bate-papo sobre investimentos em seu Instagram (@ofelipe_miranda).
“E o Paulo Guedes, hein… aos 45 do segundo tempo do primeiro semestre”, brincou Felipe ao introduzir o tema. “Ainda está cedo, teremos muita agitação em cima disso, mas, com base nas informações que temos agora, a proposta é ruim”, opinou o analista, responsável por uma das carteiras de ações mais bem sucedidas dos últimos anos, a Oportunidades de uma Vida, com retorno da ordem de 580% desde 2015.
Na opinião de Felipe Miranda, o texto apresentado não cumpre com o propósito inicial de desestimular a “pejotização” – termo que representa o artifício utilizado por determinados profissionais contratados por empresas, que abrem um CNPJ para pagar menos impostos e encargos.
Entre os possíveis movimentos previstos por Felipe, estão a migração de estratégia do investidor em ações, que pode deixar um pouco de lado ações tradicionalmente pagadoras em dividendos e focar naquelas com maior potencial de valorização do papel, além de uma maior demanda por títulos públicos. O estrategista também chamou a atenção para a atuação das empresas afetadas.
“Quando é feito esse tipo de imposição, o mercado reage. Podemos ver uma migração dos valores que seriam distribuídos em dividendos para a recompra de ações (o que tende a valorizar os papéis) e, para quem puder, pagar valores extraordinários antes da aprovação das medidas”, resumiu.
Felipe levantou ainda a possibilidade de as companhias ampliarem suas despesas com a aquisição de ativos e sugeriu que uma redução de 20% para 15% da alíquota cobrada sobre os dividendos pode vir a acontecer.
E os fundos imobiliários?
Sobre o impacto das mudanças nos Fundos Imobiliários, cujos dividendos também passariam a ser taxados, Felipe admitiu que a nova regra seria ruim para o investidor, mas opinou dizendo que, do jeito que está, dificilmente a tributação será aprovada. Os argumentos apresentados pelo estrategista-chefe da Empiricus foram o lobby da bancada ruralista e a disparidade de tratamento dos FIIs com as Letras de Crédito (LCI e LCA), já que ambos representam investimentos diretos.
Com a queda nas cotações, Felipe vê oportunidade de valorização dos fundos caso o texto seja alterado, mas ressalta que há riscos.
As melhores oportunidades
Como de praxe, Felipe Miranda comentou sobre as principais oportunidades que vê para o investidor no momento. Usando os bons resultados da Nike no exterior, ele projetou um ótimo desempenho da Centauro, no Brasil, entendendo que os ramos especializados tendem a se consolidar no e-commerce. O grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro, controla as operações da gigante esportiva americana no país.
O analista também comentou sobre incorporadoras que ele julga promissoras, o banco BR Partners (BRBI11), novato na Bolsa, a 3R Petroleum (RRRP3) e recomendou “separar um dinheirinho” para o IPO da Smart Fit.
Papo sem frescuras
Todos os domingos, às 18h30, Felipe Miranda faz sua live sobre investimentos através do Instagram (@ofelipe_miranda). A transmissão costuma ser acompanhada por milhares de pessoas e tem como proposta trazer informações e opiniões relevantes da estrategista, em um tom mais informal, sem meias palavras nem muita complexidade. Nos minutos finais, Felipe responde às dúvidas dos espectadores que fazem comentários.
O especialista consagrado é a mente por trás da carteira Oportunidades de Uma Vida, da Empiricus, que rendeu 580% de valorização desde 2015 quando foi criada, muito acima de benchmarks como o Ibovespa e o CDI. Se estiver interessado, você pode saber mais sobre o portfólio do Felipe e como acessá-lo clicando aqui, sem nenhum compromisso inicial.