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Primeiro ETF de DeFi do mundo, QDFI11, completa uma semana na bolsa brasileira

17 fev 2022, 10:00 - atualizado em 16 fev 2022, 12:25

“A descentralização do dinheiro com a criação do Bitcoin foi um passo revolucionário no mundo, permitindo investimentos globais que não estejam atrelados a política e instabilidades locais. O mercado de DeFi, ou Finanças Descentralizadas, leva essa lógica para todos os serviços financeiros básicos como seguros, empréstimos e investimentos”.  

Assim resume Fernando Carvalho, CEO da QR Capital, holding controladora da gestora QR Asset, sobre o mercado que a empresa levou a bolsa de valores na última semana, por meio do QDFI11

O ativo, que segue o índice Bloomberg Galaxy DeFi Index, e é composto por 9 criptomoedas, foi pioneiro ao fazer da B3 a única bolsa do mundo a dar acesso a este mercado que já movimenta $240 bilhões de dólares.

O QDFI11 ainda garantiu um singelo bônus ao investidor ao iniciar negociações na bolsa por meio de uma listagem direta, o que reduz os custos do investidor em cerca de 1,5%, usualmente valores que são pagos aos bancos e agentes autônomos que coordenam a oferta.

Segundo Carvalho, a opção foi importante também pelo ativo, afinal: “o mercado de DeFi é um mercado que busca incessantemente reduzir custos e eliminar assimetrias de informações, tornando o sistema financeiro mais eficiente. Por isso foi importante repassar essa filosofia do setor para o investidor que agora participa deste mercado via QDFI11”.


As Finanças Descentralizadas

Com um crescimento exponencial de 110.800% nos últimos 2 anos, os tokens de DeFi saíram de mero conceito para agregar casos de uso reais e bastante volumosos, como é o caso da exchange descentralizada Uniswap. 

Por meio do token UNI, investidores de todo o mundo podem ter acesso a outros protocolos de cripto realizando trades a custos menores e com maiores opções. A facilidade aliada à redução de custos levaram a “DEX”, sigla para exchange descentralizada, a processar cerca de $1,9 bilhões em volume diário, metade do total processado pela bolsa brasileira.

A empresa por trás do Token conta com investidores conhecidos do mundo de Venture Capital, como a Andreessen Horowitz, que liderou uma rodada de $220 milhões para alavancar os negócios. 

Outros tokens negociados no QDFI11 são o Aave protocol (AAVE), cujo setor de atuação são os empréstimos colateralizados, MakerDao (DAO), focado em estruturas de governança corporativa baseadas em blockchain, como a utilizada recentemente para adquirir o controle da marca americana Blockbuster. 

Também em exchanges, há a presença da criptomoeda Curve (CRV), focada em stablecoins (criptos lastreadas em dólar, real ou demais moedas fiduciárias), a Sushiswap (Sushi), uma cripto que atua como formadora de mercado e provê liquidez entre quaisquer pares de moedas digitais, e a 0X (ZRX), exchange exclusiva na rede Ethereum. 

Na parte de investimentos, o QDFI11 investe em ativos como a Synthetix (SNX), Yearn Finance (YFI) e Compound (CMP), que permitem aos detentores do token investir em uma gama de criptomoedas buscando maximizar o seu retorno, atuando, em suma como “gestoras descentralizadas”.

A variedade de ativos do índice cobre a maior parte dos valores transacionados na rede, com uma recalibragem de pesos e ativos realizada mensalmente pela Bloomberg e pela Galaxy Digital, provedoras do índice.

A Indústria de ETFs

O QDFI11 cobra uma taxa de administração de 0,9% ao ano, sem qualquer taxa sobre performance ou tarifas de estruturas intermediárias, seguindo, assim, o padrão de ETFs americanos. A categoria popularizada nos EUA por gestoras como Vanguard, BlackRock e Fidelity busca justamente entregar maiores retornos sem custos elevados para o investidor.

Com mais de 6 dezenas de ETFs à disposição, a bolsa brasileira vem apostando na popularização da classe de ativos, que nos EUA responde por mais de 10% da capitalização total de mercado, e no Brasil ainda busca passar de 1%. 

No último ano, a B3 dobrou o número de ETFs oferecidos, incluindo ETFs de cripto como QBTC11 e QETH11, que lideraram a valorização na bolsa com retorno de 78,8% e 64,3% em 2021, ambos da gestora QR Asset Management. 

O QDFI11 é portanto o 3º da gestora, e o primeiro a buscar exposição em uma classe de ativos, e não apenas em um único ativo.

Segundo Alexandre Ludolf, CIO da QR Asset Management, a escolha se deu pois: “Ao olharmos o mercado de cripto vemos uma variedade bastante significativa de ativos surgindo, mas muitos ainda tímidos em valor de mercado, especialmente quando comparados ao Bitcoin e Ethereum. A maneira que encontramos de garantir maior diversidade ao investidor, sempre reduzindo os riscos, foi buscar um índice que agregasse uma cesta de ativos. Para este papel, escolhemos o Bloomberg Galaxy DeFi Index, o índice mais antigo e maduro disponível no mercado de DeFi”.