Por que a eleição de Donald Trump impulsionou as ações da Gerdau (GGBR4)?
A Gerdau (GGBR4; GOAU4) apresentou resultados robustos e acima das expectativas do mercado no terceiro trimestre de 2024 (3T24).
Apenas a notícia acima já seria suficiente para impulsionar os papéis. No entanto, a divulgação do balanço na última terça-feira (5) coincidiu com a eleição nos Estados Unidos e a vitória de Donald Trump, o que “destravou” as ações.
Desde o início do pregão de quarta-feira (6), as ações GGBR4 sobem cerca de 13%.
Mas, antes de entender por que a eleição do republicano é boa para os papéis, veja como foi o resultado da empresa do setor de siderurgia e mineração.
Rentabilidade é o nome do jogo para a Gerdau
O analista Henrique Cavalcante, da Empiricus, destaca as “iniciativas internas para aumentar a rentabilidade do negócio” em meio a um ambiente de mercado desafiador.
As vendas de aço atingiram 2,8 milhões de toneladas entre julho e setembro, uma alta de 4,3% na comparação com o trimestre anterior.
A receita líquida total cresceu 4,6% trimestre a trimestre, para R$ 17,4 bilhões. “Apesar dos preços de vendas menores, o maior volume de vendas e a desvalorização cambial beneficiou as operações”, disse Cavalcante.
Na visão dele, o destaque do resultado foi justamente a melhora na rentabilidade do negócio, puxada pela operação brasileira.
A companhia registrou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 3 bilhões, alta de +15% na comparação com o trimestre anterior. A margem Ebitda foi de 17,4% – 1,6 ponto porcentual superior ao 2T24.
“Olhando por linha de negócio, as readequações na capacidade produtiva da operação Brasil, como a hibernação de algumas usinas, trouxeram reduções de custos importantes para a Gerdau, dando continuidade aos ganhos iniciais que foram vistos no 2T24.
Além disso, os volumes também foram positivos, puxados pelo crescimento na demanda por aço longo e aumento das exportações. Com isso, a margem Ebitda [da operação Brasil] saltou para 16,9% (alta de 8,2 p.p em relação ao 2T24) e foi o principal destaque positivo do resultado”, afirmou Henrique.
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Trump deve impulsionar operação na América do Norte
Na operação da América do Norte, os volumes menores e pressão do câmbio nos custos contraiu a margem Ebitda para 17,4%, queda de 3,0 p.p. na comparação com o trimestre anterior.
Segundo Cavalcante, isso se deve ao arrefecimento do mercado e, mais recentemente, cautela nos pedidos devido às eleições presidenciais nos EUA.
No entanto, a vitória de Donald Trump deve impulsionar a companhia e, consequentemente, as ações.
“Com propostas de políticas comerciais protecionistas e uma história de apoio ao setor siderúrgico, a expectativa é que os números melhorem na operação da América do Norte. Isto somado ao processo de recuperação na rentabilidade brasileira, deve impulsionar os resultados consolidados da Gerdau no médio prazo”, explicou o analista.
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Gerdau: perspectivas positivas, dividendos e recompra de ações
A companhia teve – mais uma vez – forte geração de caixa. O fluxo de caixa livre para o acionista foi de R$ 1,2 bilhão, ou R$ 3 bilhões considerando o efeito não recorrente do recebimento do depósito judicial do processo de exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e COFINS.
Após os resultados, a companhia ainda anunciou o pagamento de dividendos aos acionistas.
Para a Gerdau (GGBR4), o valor por ação será de R$ 0,30, com data-base em 18 de novembro, ex-direito em 19 de novembro e pagamento em 16 de dezembro.
Para a Metalúrgica Gerdau (GOAU3; GOAU4), a data-base é 18 de novembro, com a data ex-direito em 19 de novembro de 2024, e pagamento previsto para 17 de dezembro, com o valor de R$ 0,13 por ação ordinária e preferencial.
“Com balanço forte e uma alavancagem financeira muito saudável (0,3x Dívida Líquida sobre Ebitda, a companhia sinalizou que deve continuar executando fortemente seu programa de recompra, impulsionado pela visão de que as ações estão subvalorizadas”, afirmou Cavalcante.
Com todo o contexto favorável, a Gerdau (GGBR4; GOAU4) é uma recomendação de compra dos analistas da Empiricus Research.
“Negociando a atrativas 4 vezes o seu valor da firma sobre Ebitda para 2025, perspectivas operacionais positivas e excelente carrego com recompras e distribuição de dividendos, seguimos compradores de Gerdau”, recomendou o analista.
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Prova disso é a resposta dos papéis da Gerdau aos números de ontem.
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