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Petrobras ‘mordeu e assoprou’: após encantar mercado com dividendos de R$ 24 bilhões, conselho levanta dúvida sobre futuro da empresa

16 maio 2023, 9:44 - atualizado em 16 maio 2023, 12:00
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Lucro alto de PETR4 e insegurança com resultados futuros geram incerteza no mercado; veja como agir. Imagem: Divulgação/Unsplash/Montagem: Fernanda Lopes

O maior temor dos investidores com relação à Petrobras após a vitória de Lula nas eleições do ano passado começou a se concretizar nesta terça-feira.

Após reunião do conselho, a estatal anunciou o fim da paridade de preços do petróleo e dos seus derivados, como a gasolina e o óleo diesel, com o mercado internacional.

A regra, que vigorava desde 2016, foi a principal responsável pela virada de jogo da situação da empresa, que deixou para trás dívidas impagáveis para se tornar uma das maiores distribuidoras de dividendos do mundo.

Após a mudança, a Petrobras saiu de um prejuízo bilionário por três anos seguidos (2014 a 2016), gerou caixa nos anos seguintes e, a partir de 2021, entregou lucros anuais superiores a R$ 100 bilhões.

Por outro lado, a paridade acaba tornando o preço do combustível mais volátil e caro no país, o que gera insatisfação da população.

O medo dos investidores, portanto, era o de que o novo governo, com viés mais populista, pudesse colocar o desejo de baixar preços e aliviar o bolso do brasileiro à frente do interesse dos acionistas…

Apesar disso, o mercado reagiu bem à notícia, considerando que ele foi “menos pior” do que o esperado, já que ainda existirá uma relação com os preços de mercado – e os custos mínimos serão respeitados.

Por que a mudança na política de preços pode ser problemática?

Antes do governo Temer, quando a Petrobras foi liderada por Pedro Parente, imperava, durante o mandato de Dilma Rousseff, uma forte interferência governamental na empresa.

Além dos escândalos de corrupção, o preço dos combustíveis não era vinculado ao dólar e à cotação dos barris no mercado internacional, o que fazia a Petrobras perder competitividade e, inclusive, ter de subsidiar parte do valor dos combustíveis.

Como a gasolina e o diesel são gatilhos fundamentais para a inflação, tanto por seu impacto direto como pelos custos de transporte, baixar os preços ‘na canetada’ era visto como uma estratégia para controlar a alta de preços no país. Tudo isso, contudo, ocorreu às custas da saúde financeira da Petrobras.

Agora, o temor do mercado é o de que esse mecanismo se repita, de maneira a agradar a população e possibilitar uma redução da inflação “na marra”.

Ainda não está clara a fórmula de definição dos preços. Segundo a Petrobras, ele irá levar em conta “custos alternativos para o cliente” e um “valor marginal” para a empresa, sem comprometer a competitividade da petroleira, mas garantindo uma maior estabilidade de preços para o mercado nacional.

Analistas ainda se dividem sobre PETR4; veja o que fazer

As dúvidas a respeito do futuro da Petrobras ainda dividem os principais analistas financeiros do país.

Dentro da própria Empiricus Research, por exemplo, a maior casa de análise independente do país, não há consenso entre os especialistas.

O CEIO da casa, Felipe Miranda, responsável pela série Palavra do Estrategista, já temia pelos efeitos de uma mudança da política de preços desde as eleições.

No dia 3 de novembro, ele retirou PETR4 da carteira argumentando que “um lucro enorme é rapidamente destruído se você não obedecer à sinalização do sistema de preços”. E ainda resumiu: “há riscos que não é preciso correr”.

Já para o sócio de Felipe, o analista Rodolfo Amstalden, cuja série Vacas Leiteiras é focada em dividendos, o risco ainda seria válido.

Embora uma interferência governamental de fato ameaçasse, a ação da Petrobras estaria sendo negociada, na visão do analista, por um preço muito barato – e a capacidade de geração de lucro ainda seria muito alta.

As duas visões acabaram se confirmando: na semana passada, a Petrobras anunciou dividendos vultuosos, de R$ 24 bilhões, mas agora anunciou uma política que pode prejudicar esse fluxo no futuro.

Entretanto, Amstalden e sua equipe, diante desse imbróglio, não recomendam uma concentração dos investimentos em estatais. Embora tenham mantido a Petrobras na carteira, não a colocaram em sua lista de top 5 ações para quem busca dividendos.

Esta lista conta com empresas líderes em seus setores, que estão baratas e seguem como fortes geradoras de caixa, mas que não estão tão suscetíveis à posição do governo para ter um bom lucro e distribuí-lo (mesmo com uma delas tendo forte relacionamento com uma estatal).

O nome das 5 ações e o raciocínio por trás da recomendação de cada uma delas está disponível, gratuitamente, por meio deste link, como cortesia da corretora Empiricus Investimentos.

Para acessá-la, basta clicar em qualquer link deste texto ou no botão abaixo:

ACESSAR LISTA DE TOP 5 AÇÕES PARA DIVIDENDOS

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