PETR4: o que os impostos de combustíveis tem a ver com dividendos da Petrobras? Entenda
Depois do anúncio da reoneração dos combustíveis no começo da semana, começamos a quinta-feira com a divulgação dos resultados da Petrobras (PETR4).
Diante de tudo isso, fica o questionamento: a distribuição de dividendos da Petrobras vai ser afetada daqui para frente?
A gasolina e o etanol foram desonerados – ou seja, isentos de imposto – durante o governo Bolsonaro. Agora, a equipe de Lula resolveu retomar a cobrança de impostos dos combustíveis, o que, na prática, acaba afetando os preços da Petrobras.
Lembrando que a petroleira fez a alegria dos investidores em 2022, e isso ficou claro nos resultados divulgados hoje: o lucro líquido da Petrobras bateu recordes, abrindo espaço para o pagamento de dividendos altos.
Mas, com a eleição de Lula, a “era de ouro” dos dividendos da Petrobras pode estar chegando ao fim
Isso porque os governos petistas têm um histórico de intervenção nas empresas estatais, e o próprio Lula vem se manifestando contra a política de preços e contra a distribuição de dividendos da Petrobras.
Depois da reoneração dos combustíveis, muitos investidores temem que o próximo passo seja desatrelar os preços da Petrobras do mercado internacional.
Então, será que a reoneração dos combustíveis é apenas o “primeiro prego na tampa do caixão” dos lucros estrondosos da Petrobras e, por consequência, da distribuição de dividendos?
Vamos falar sobre as possibilidades a seguir.
SAIBA COMO LUCRAR COM DIVIDENDOS SEM DEPENDER DA PETROBRAS (PETR4)
A era de lucros recordes da Petrobras chegou ao fim?
No esforço de evitar que a volta da cobrança dos tributos sobre os combustíveis afetasse demais o bolso do consumidor final, foi anunciado que parte do aumento será “bancado” pela Petrobras.
Isso é possível porque o preço praticado pela petroleira na venda às distribuidoras estava um pouco acima do padrão internacional. Então, é possível cobrar mais barato sem perder a competitividade.
Por conta disso, as distribuidoras vão comprar combustíveis da Petrobras a preços um pouco menores – a gasolina vai passar de R$ 3,31 para 3,18 o litro (uma redução de R$ 0,13), e o etanol, de R$ 4,10 para R$ 4,02 o litro (uma redução de R$ 0,08)
Claro que um movimento como esse vai afetar os lucros da Petrobras e, por consequência, o pagamento de dividendos aos acionistas.
A divulgação do balanço da petroleira indica que 2022 foi um ano estrondoso para a Petrobras. Com um lucro líquido de R$ 188,3 bilhões, houve um crescimento de 76,6% em relação ao ano anterior.
Ou seja, a Petrobras estava “a todo vapor”, e os dividendos repassados aos acionistas refletiam isso.
Agora, em 2023, o repasse de parte de parte dos custos da reoneração para a Petrobras mostra que o governo não tem medo de mexer nos lucros da companhia, e que essa decisão pode ser a primeira de muitas que vão afetar o bolso do investidor.
Como já foi dito lá em cima, o maior temor dos acionistas é que tudo isso leve o governo a rever a política de preços da petroleira.
Nesse caso, o lucro da Petrobras ficaria em segundo plano – e o pagamento de dividendos “gordos” como o anunciado hoje – R$ 2,74 por ação – pode estar com os dias contados.
Claro que ainda não há confirmação dos próximos passos do governo em relação a Petrobras, mas uma coisa é certa: o risco político será uma realidade nos próximos 4 anos.
Mesmo que não haja nenhuma mudança na política de preços por enquanto, a intervenção do governo na Petrobras sempre será uma possibilidade, e os dividendos sempre estarão correndo risco.
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