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O que é ICO, o ‘IPO’ das criptomoedas?

17 maio 2022, 14:20 - atualizado em 17 maio 2022, 14:28
O que são ICOs, os IPOs de criptomoedas
Descubra o que são e como funcionam as ofertas iniciais de criptomoedas, eventos importantes para levar novos projetos em blockchain ao mercado (Imagem: Mercado Bitcoin/Divulgação)

A Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) é um dos eventos mais importantes para quem investe em ações na bolsa de valores. Basicamente, o IPO marca a abertura de capital de uma empresa, ou seja, sua estreia na bolsa. Mas você sabia que isso também acontece com os criptoativos? A “estreia” dos ativos digitais é chamada de ICO (Initial Coin Offering).

O que são e para que servem os ICOs?

Os ICOs, ou ofertas iniciais de moedas, são como IPOs do mercado cripto. Nos ICOs, as criptomoedas são apresentadas e oferecidas ao mercado, visando a captação de recursos para financiar o desenvolvimento do projeto para que ele possa ser lançado.

Quais são as etapas de um ICO?

O primeiro passo para realizar um ICO é desenvolver o projeto em blockchain e montar a equipe por trás dele. Nomes fortes envolvidos no projeto podem ajudar a passar mais credibilidade aos investidores em potencial.

Em seguida, é necessário determinar quem poderá participar dele e ter certeza de que o procedimento está de acordo com as regulações locais, para evitar problemas futuros. Como não há uma entidade regulatória responsável por conduzir os ICOs, essa etapa é fundamental.

Depois, é necessário elaborar o whitepaper do projeto, que é um documento que reúne as informações essenciais da tecnologia em questão. O whitepaper deve explicar o funcionamento do projeto e porque ele faz sentido. Também é interessante apresentar as informações financeiras e comerciais. O whitepaper é extremamente importante para o ICO, já que é através dele que os investidores determinam se querem ou não “colocar o dinheiro na mesa”.

Em seguida vem a abertura da oferta inicial das criptomoedas. Nessa etapa, a empresa responsável faz uma proposta aos investidores, que podem reservar ou comprar seus ativos digitais utilizando moedas fiduciárias (dinheiro “de verdade”, como real ou dólar) ou outras criptomoedas.

Depois, a oferta é encerrada e a empresa avalia se atingiu o capital pretendido com o ICO. Caso o montante não seja alcançado, os investidores recebem a quantia aplicada de volta. Já se a empresa conseguir captar o valor desejado, os investidores têm acesso aos tokens comprados e podem seguir como desejarem: guardando as criptos em suas carteiras ou trocando por outras criptomoedas ou moedas fiduciárias em uma plataforma especializada, como uma exchange (corretora cripto).

E a regulação dos ICOs?

A regulamentação dos ICOs não é rígida como a dos IPOs. Na verdade, essa questão está diretamente relacionada ao local em que a oferta será feita. Nos Estados Unidos, por exemplo, as regras são mais rígidas e esse tipo de procedimento é menos comum.

No caso do Brasil, as ofertas públicas iniciais de ações são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, e são realizadas na B3. Os ICOs podem ou não ser regulamentados pela CVM e o que determina essa questão é a natureza dos ativos oferecidos. Na teoria, ativos digitais classificados como valores mobiliários devem atender às exigências do órgão.

Para ser considerado um valor mobiliário, o título deve ser ofertado publicamente e gerar direito de participação, parceria ou remuneração aos seus investidores. É o caso de ações, debêntures, BDRs, derivativos e cotas de fundos, por exemplo. Até o momento, nenhuma criptomoeda foi considerada um valor mobiliário, portanto, nenhum ICO passou pelo registro da CVM.

Como avaliar um ICO?

Investir em ativos oferecidos em ICOs é uma aplicação de riscos altíssimos. A regulação quase inexistente, que facilita possíveis golpes, junto das incertezas relacionadas ao projeto e a falta de histórico de negociação dos ativos fazem um combo que pede muita cautela dos investidores.

Para evitar cair em “furadas”, é fundamental analisar cuidadosamente o whitepaper das ofertas e estar atento aos detalhes informados pela empresa. Antes de investir, é preciso entender com clareza a proposta de funcionamento da tecnologia. A equipe por trás do projeto também é um ponto de atenção e pode dar pistas sobre a credibilidade da oferta.

IPOs e ICOs: entenda as semelhanças e diferenças

Os ICOs e IPOs são procedimentos similares realizados em classes de ativos distintas, mas as diferenças entre eles vão muito além da oferta de ações ou de criptomoedas.

A primeira grande diferença é a regulação. Enquanto os IPOs são controlados de forma centralizada por entidades reguladoras responsáveis em cada bolsa de valores, como é o caso da regulamentação da CVM para os IPOs realizados no Brasil, os ICOs não costumam passar por processos rígidos ou comprovações de transparência e experiência.

A maturidade dos projetos apresentados também é bem diferente. No caso da oferta pública inicial de ações, a abertura de capital acontece quando a empresa está em níveis mais avançados, com operação e gestão robustas. Os IPOs chegam a movimentar bilhões de reais. Enquanto isso, os ICOs servem para apresentar um projeto ao mercado na expectativa de obter os fundos necessários para sustentar seu lançamento oficial.

Afinal, ICOs e airdrops de criptomoedas são a mesma coisa?

ICOs e airdrops estão longe de ser a mesma coisa. Os airdrops de cripto funcionam como uma estratégia de marketing do criptomercado, em que uma empresa distribui tokens gratuitamente.

Os airdrops podem ser utilizados para presentear e engajar clientes fiéis, atrair novos investidores para um ativo, divulgar a marca estimulando ações como o compartilhamento de posts nas redes sociais e até criar liquidez para novos tokens.

No caso dos airdrops, o investidor não precisa desembolsar nenhum valor e ganha as criptos como um “presente”. Já os ICOs são feitos para buscar investimentos para um potencial projeto, em busca de obter fundos para lançá-lo no mercado. A oferta pode ou não ser bem-sucedida, então o investidor coloca seu dinheiro nessa “aposta” sem a certeza de que terá as criptos em sua carteira no fim do processo.

Você não precisa participar de ICOs para negociar criptomoedas

Os ICOs são uma maneira de conseguir criptomoedas por um bom preço, mas os riscos são bem maiores do que se você comprar os ativos digitais de forma “tradicional”, através de uma exchange especializada.

Corretoras como Mercado Bitcoin oferecem toda a segurança e praticidade que você precisa para negociar criptomoedas tranquilamente. O Mercado Bitcoin é a maior plataforma de criptoativos da América Latina e permite que você abra uma conta gratuita e comece a investir com apenas R$ 50, que podem ser depositados via PIX.

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