Dólar ‘caro’ não é desculpa: porque ativos americanos são fundamentais em uma boa alocação
“Independente de cotação, estruturalmente é bom ter dólar na carteira”. Essa é a visão de Apollo Duarte, sócio da assessoria Monte Alto Investimentos, em meio à alta da moeda americana.
Em participação no programa Onde Investir em Novembro, ele e o fundador Paulo Secco apontam caminhos para montar uma carteira resiliente, capaz de superar a inflação – e ainda buscar valorização para além do real.
Naturalmente, dolarizar a carteira está entre as principais estratégias. Mas esse posicionamento vai muito além da compra direta da moeda americana e pode ser feito de forma mais inteligente.
Dólar está caro? Na verdade, ele pode nunca ter ficado barato…
Embora muitos investidores se sintam acuados em aumentar a posição do dólar na carteira em um momento de valorização da moeda americana, os especialistas da Monte Alto entendem que o fato de “parecer caro” pode ser apenas uma ilusão da moeda americana.
“Na verdade, ele [o dólar] nunca ficou barato”, comenta Secco. Apenas no último ano, a moeda enfrentou alta de 16,59% frente ao real, intensificada nos últimos dias em razão da influência das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
Por conta de sua eficiência e geração de valor, a economia americana drena recursos com mais intensidade do que a brasileira. Isso facilita uma valorização constante da moeda estrangeira.
Assim, o recomendado é comprar ativos dolarizados aos poucos, ou seja, ir aumentando o posicionamento na moeda americana sempre que possível. Assim, é possível atingir um patamar ideal para seus objetivos, sem se preocupar em acertar a cotação ideal.
“O mercado americano hoje está num festival de alta constante [das ações] já há algum tempo”, na opinião de Secco. “É um mercado que está bastante inflado em cima da liquidez de poucas empresas, especialmente as de tecnologia”.
Cenário de juros altos pede renda fixa brasileira
Além disso, na visão dos especialistas, o aumento de juros no Brasil abre uma boa possibilidade de exposição à renda fixa, com segurança e bons ganhos.
Na visão de Secco, o ideal é equilibrar o portfólio entre ativos prefixados, pós-fixados e atrelados ao IPCA, para proteger a carteira de oscilações bruscas no curto prazo.
“Não tem problema deixar seu dinheiro agora parado em CDI, ele está remunerando bem”, comenta Secco. “Aproveite isso e espere o momento mais oportuno para tomar riscos, quando achar conveniente.”
A entrevista completa de Apolo Duarte e Paulo Secco está disponível em formato player, que pode ser conferida abaixo: